Agência Lusa
Nairóbi (Quênia) - Um acordo firmado entreos dois campos políticos rivais no Quênia vai permitir aelaboração de uma nova Constituição,anunciou um negociador governamental nas conversaçõesdestinadas a por fim a semanas de violência pós-eleitoral.Aviolência étnico-política fez, até aomomento, mais de mil mortos e deixou cerca de 600 mil deslocados, naseqüência do anúncio do resultado das eleiçõespresidenciais de 27 de dezembro, que reelegeram o presidente MwaiKibaki, acusado pelo seu adversário Raila Odinga de tercometido fraudes."Os dois lados concordaram em escreveruma nova Constituição", afirmou ontem (15) onegociador governamental Mutula Kilonzo, após dois dias deconversações secretas, que foram suspensas atésegunda-feira.O responsável adiantou que a elaboraçãoda nova Constituição deverá acontecer no prazode um ano, mas não deu detalhes sobre o acordo, que deveráser um passo preliminar para mais negociações.Oex-secretário-geral da Organização das NaçõesUnidas (ONU), Kofi Annan, que está mediando as conversações,foi o primeiro a anunciar que um acordo tinha sido assinado, mastambém não revelou mais informações.Aatual Constituição do Quênia foi elaborada em1963, após a independência do país do ReinoUnido, e tem sofrido repetidas alterações, dando aopresidente amplos poderes.Os quenianos têm exigido umareforma constitucional para acabar com décadas de abusos degovernos sucessivos. Uma nova Carta Magna poderá permitir umapartilha de poderes, talvez com a criação do cargo deprimeiro-ministro.