Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As organizações sindicais não oferecerão resistência à compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (antiga Telemar). Segundo os sindicalistas que participam do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), já houve a garantia de que não haverá demissões de trabalhadores.Foi o que disse hoje (15) o sindicalista João Felício, representante da Central Única dos Trabalhadores no conselho do BNDES. Esse é também o posicionamento do representante da Força Sindical no conselho, o advogado Ricardo Tosto.A compra da BrT pela Oi não estava na pauta do conselho. A questão foi levantada por João Felício ao inquirir o presidente do banco, Luciano Coutinho, a respeito de a nova empresa provocar desemprego. Segundo Felício, que é secretário de Relações Internacionais da CUT, não há nenhuma resistência ao negócio dentro do conselho.“Sobre essa questão não há [resistência]”, afirmou Felício. Ele enfatizou que o exame da parte técnica da operação será feito pelo banco. “O debate sobre o mérito do projeto cabe à direção do banco. O que fazemos no Conselho de Administração é questionar a parte trabalhista de qualquer empréstimo.”Indagado se a criação de uma gigante da telefonia no país representaria monopólio, João Felício argumentou que a formação de um grupo genuinamente nacional não é ruim. “Essa empresa vai competir com a Claro, a Vivo, a TIM. Não haverá concentração e os empregos vão aumentar. Isso é que é fundamental”, declarou.Felício avaliou que a operação de compra das BrT pela Oi será positiva para o Brasil na medida em que ampliará a competição, inclusive com empresas estrangeiras que vierem a se instalar no país.Ricardo Tosto garantiu, por sua vez, que a Força Sindical começa a reavaliar o projeto. “Vamos apoiar qualquer negociação que não afete projetos de infra-estrutura e emprego”, declarou. O diretor da Força Sindical Herbert Passos salientou que o BNDES informou que não haverá comprometimento de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, reiterou que só poderá se pronunciar sobre a fusão da Brasil Telecom com a Oi “se e quando houver um fato relevante a respeito desse assunto”. Por uma questão de sigilo bancário e atendendo à determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ele disse não poder se manifestar sobre a matéria. Caso seja concretizada, a compra da BrT poderá envolver financiamento do BNDES em torno de R$ 2,5 bilhões.