Ricardo Carandina
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - O representante da SecretariaEspecial dos Direitos Humanos (SEDH) Firmino Fecchio foi à cidade na manhãde hoje e comprovou a denúnciade que uma menina de 14 anos estava presa na Cadeia Públicade Planaltina (GO). Ele disse que tentaria negociar com o juiz local uma soluçãopara o caso.Segundo Fecchio, olocal não é adequado para reclusão da menina e sua transferência para outra cidade que tenha centro de reabilitação dejovens é uma das possibilidades. Além disso, eleafirmou que a secretaria vai tentar localizar a família da menina,que já está presa há 13 dias.O diretor da cadeia,Reinaldo da Rocha Brito, confirmou que além da adolescentemais três mulheres estão presas no mesmo pavilhãoque os homens, embora em celas distintas. A cadeia tem capacidade para 49 homens, mas atualmente existem 110 presos. A unidade foi construída para abrigar presos queaguardam julgamento.Brito afirmou que não existe na cidadenenhuma cadeia feminina nem centros para jovens em conflito com a lei, e garantiu que ascelas e o horário de banho de sol de homens e mulheres sãoseparados.O agente prisionalFlávio Alessandro Pimentel disse que apenas dois policiais cuidam da segurança dos 110 homens em cada turno, trabalhando24 horas e folgando 72. Outros três cuidam dos serviçosadministrativos. Ele reclama que as condições sãoprecárias e são necessários investimentos. “Você faz o quedá conta e o que a lei permite, porque o preso tem o direito a ela. A gente faz esse trabalho preventivo, que é o que agente pode fazer hoje no sistema prisional de Goiás, que éuma decadência. O sistema prisional de Goiás éfalido, a gente não recebe apoio nenhum. Primeiro precisamos deestrutura de trabalho. A gente anda empurrando viatura por aí".O diretor da cadeiadisse que o número de agentes é insuficiente e uma obrade ampliação do prédio está paralisada por faltade verbas.