Líder do DEM quer investigar uso de cartões só a partir de 2001

08/02/2008 - 17h19

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do DEMno Senado, Agripino Maia (RN), defendeu hoje (8) que a CPI sobre osgastos com os cartões de crédito corporativosinvestigue o uso dos cartões somente a partir de 2001. Elejustifica que é preciso existir um fato determinado para seproceder uma investigação, e discorda dos argumentos dolíder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), deque a CPI deve investigar o uso dos cartões corporativos nosúltimos dez anos. “Para ser fato determinado tem que terbase legal e técnica. O Tribunal de Contas da União(TCU) e o Siafi [Sistema Integrado de AdministraçãoFinanceira do Governo Federal] existem desde 1998. Por que nessaépoca não foi feita nenhuma denúncia, por nenhumórgão de imprensa, baseada em elementos do TCU e doSiafi com relação a gastos com a conta de cartãocorporativo e agora se quer investigar sem base legal? É porque se quer fazer a CPI da justificativa ou a CPI da dissimulação,para se igualar todo mundo e nivelar por baixo a classe políticae jogar para outros uma crise que é deste Poder Executivo?”,questiona o líder do DEM. O senador Agripino Maia disseque o fato determinado existe com base em elementos técnicos,envolvendo pessoas do atual governo. Ele defendeu ainda queas pessoas envolvidas com o uso irregular do cartão sejamafastadas dos seus cargos, e estranhou o fato de só agora ogoverno, por meio do líder no Senado, senador Romero Jucá,propor uma CPI. “Enquanto osdenunciados eram ministros ninguém falava em CPI. Na hora emque se falou de seguranças de Lurian [filha do presidenteLula] e seguranças pessoais do presidente, em SãoBernardo, rapidamente o governo se moveu para fazer uma CPI, puxandopara trás, inclusive, a investigação de fatosque nem denunciados existiam”, disse.