Agência Lusa
Washington (EUA) - Autoridades eleitoraisem diversos estados norte-americanos preparam-se para uma afluênciaàs urnas sem precedentes nas eleições primáriasde hoje (5).Há receio de que algumas localidades nãoestejam preparadas para o número de eleitores que deverãoir às urnas nessas primárias, que, num fenômenoinédito, continuam marcadas pela incerteza e pela popularidadeimprevista dos candidatos Barack Obama (democrata) e John McCain(republicano).Ao contrário do que era inicialmenteprevisto e do que é tradicional, é possívelainda que os resultados de hoje não sirvam para decidir quemserão os candidatos às eleiçõespresidenciais de novembro.Membros do Partido Democrata vãovotar em 22 estados e os republicanos, em 21, na maior “Superterça”da história norte-americana. Estão em jogo em ambos ospartidos mais de 40% de todos os delegados presentes àsconvenções que aprovam a escolha para o candidato à presidência.Em teoria, a votação de hojedeveria decidir a escolha dos dois partidos, mas na opinião dos analistas, particularmente no que se refere aoPartido Democrata, é agora que a batalha eleitoral deve continuar pormais algumas semanas.O senador Barack Obama já iniciou uma campanha, com anúncios televisivos em dois estados (Virginiae Maryland) e no distrito de Columbia (onde fica a capital do país,Washington), que só votam no dia 12 de fevereiro.Obamaangariou mais de US$ 30 milhões no mês dejaneiro e, fortalecido com esses fundos, lançou quinta-feirauma ofensiva de anúncios em todos os estados, que vai seprolongar até hoje. Fontes partidárias disseram que,nessa ofensiva, Obama vai gastar “pelo menos US$ 10 milhões”.Analistas esperam que Hillary Clinton(principal candidata democrata ao lado de Obama) vença nosestados com mais delegados, como Califórnia, NovaYork e Nova Jersey.Mas como no Partido Democrata os delegadossão atribuídos de forma proporcional, o afrodescendenteObama espera poder obter um número suficiente nesses estados,particularmente nas zonas de eleitorado negro, e vencer em outrosimportantes, como Kansas, Minnesota, Colorado, Alasca, Illinois,Dakota do Norte, Idaho, Illinois e Georgia, prolongando a “corrida”na esperança do desgaste da imagem de Hillary.NoPartido Republicano, a vitória de John McCain na Floridacoloca-o agora na excelente posição de, apesar de terpouco dinheiro, sair da “Superterça” como o candidatorepublicano às presidenciais. Mas o seu principal rival, omilionário Mitt Romney, ex-governador de Massachussets, contanão só com grandes recursos financeiros, como com oapoio das estruturas do partido.A súbita popularidadede McCain está provocando grande celeuma dentro do PartidoRepublicano, onde a ala conservadora o hostiliza publicamente devidoàs suas posições moderadas em questõessociais e econômicas.“No Partido Republicano, a'Superterça' é a luta de McCain contra os anti-McCain,”disse o analista John Zogby, citado na imprensanorte-americana.Outros analistas, contudo, dizem que McCaintem conquistado o apoio de opositores dentro do Partido Republicano.Pesquisas indicam que, nas eleições de novembro, elepoderá atrair muitos votos independentes e apresentar-se comoo republicano com mais possibilidades de derrotar seja HillaryClinton, seja Barack Obama.