Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Se for mantido o atual ritmo mundial de redução da taxa de mortalidade infantil, o planeta não alcançará um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, de reduzir em dois terços as mortes de crianças até cinco anos de idade no período de 1990 a 2015. De acordo com o relatório Situação Mundial da Infância 2008, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), até 2006 a redução foi de apenas 25%. Naquele ano, morreram 9,7 milhões de meninos e meninas com menos de cinco anos no mundo todo. Pela primeira vez o número ficou abaixo dos 10 milhões, mas continua muito distante da meta de 4,3 milhões para 2015. “Para alcançarmos a meta do milênio, a taxa global de crianças que nunca celebram o quinto aniversário deve diminuir de 72 para 31 por cada mil nascidos vivos. Estamos na direção certa mas não dá para comemorar. Globalmente, é preciso acelerar o ritmo”, afirma a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier.Ela destacou que alguma regiões estão caminhando em ritmo adequado, outras não. E que o Brasil faz parte do primeiro grupo. Entre 1990 e 2006, a mortalidade de crianças até cinco anos de idade caiu 50% – o que, segundo Poirier, contribuiu para a tendência global positiva. A taxa média de mortalidade no país, de acordo com o relatório global do Unicef, é de 20 para cada mil nascidos vivos – 50% deles na primeira semana de vida. Indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citados no Caderno Brasil do Unicef, apontam uma taxa de 29,9 para cada mil nascidos vivos.Apesar do desempenho positivo, outros países latino-americanos apresentam índices ainda melhores que os brasileiros. É o caso do Chile, Uruguai e Argentina, com taxas de mortalidade de nove, 12 e 16 para cada mil nascidos vivos, respectivamente. Em Cuba, a taxa é de sete para cada mil – inferior à dos Estados Unidos, onde são oito para cada mil nascidos vivos. De acordo com Marie-Pierre Poirier, a região mais preocupante é a África Sub-Saariana: embora concentre apenas 22% das crianças, a região responde por metade das mortes no mundo. Lá, 160 de cada mil nascidos vivos morrem antes de completar cinco anos de idade.