Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os avanços que impediram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de “naufragar” no primeiro ano de vigência significam grande sucesso. A avaliação é do consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Gomes de Almeida.Para Júlio Almeida, a tendência do PAC é “deslanchar” em 2008. “O ano passado foi mais para organizar o canteiro de obras, a partir deste ano já começa gerando empregos. O PAC tem uma boa organização e tem comando. Não vejo por que não andar bem”, constata.“O fato de o PAC ter andado, ainda que não tenha andado como se imaginava em termos de liberação de recursos, significa o primeiro passo”, avalia. Almeida compara o PAC com o desenvolvimento de uma criança que aprende a andar: “O primeiro passo é sempre o mais difícil. Os outros vêm com maior naturalidade”.Para Almeida, as maiores dificuldades do PAC têm sido as ações que dependem de projetos de prefeituras e governos estaduais, especialmente nas áreas de saneamento e habitação popular. “Nestes casos, o aprendizado vai mais longe, isso tem atrasado o PAC na área de habitação e saneamento. Não depende apenas de o governo federal apresentar bons projetos, mas depende dos outros níveis de governo e da coordenação de ações entre esses níveis”, afirma.Na avaliação do pesquisador Carlos Tautz, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o PAC ainda não começou a entrar em prática e os investimentos ainda não se transformaram em projetos. “Os projetos de infra-estrutura são de longa maturação e ainda têm de vencer etapas como o planejamento, a viabilização do esquema econômico-financeiro e a obtenção de licenças ambientais. Isso demora. Um ano é pouco tempo para fazer uma avaliação”, alega.