Plano anunciado por Bush criará 500 mil empregos nos EUA, prevê secretário

18/01/2008 - 16h41

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O pacote econômico anunciado hoje (18) pelo presidente George W. Bush deve permitir a criação de 500 mil empregos nos Estados Unidos, afirmou o secretário do Tesouro, Henry Paulson. Ele participou de uma entrevista coletiva na Casa Branca logo após o pronunciamento de Bush.Segundo Paulson, o pacote, que prevê injeção de US$ 140 bilhões na economia norte-americana, mas cujos detalhes não foram anunciados, ainda está em negociação no Congresso. O secretário se disse confiante no apoio dos dois principais partidos do país – Republicano, do presidente Bush, e Democrata, de oposição.“Continuaremos a trabalhar com o Congresso para rapidamente alcançar um consenso em torno de um plano que forneça dinheiro para os consumidores e dê aos empresários condições de crescer mais”, destacou. “Nas últimas semanas, estive com os líderes dos dois partidos e ouvi deles que a economia está crescendo menos que o esperado e que precisamos agir rapidamente para elaborarmos um pacote”.O plano para reativar a economia foi anunciado um dia após o presidente do Federal Reserve (banco central americano), Ben Bernanke, declarar ser favorável a medidas para estimular o crescimento dos Estados Unidos durante audiência no Comitê de Orçamento da Câmara de Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados).Nesta semana, a divulgação de indicadores econômicos negativos referentes à economia norte-americana tem afetado as bolsas de valores de todo o mundo. As vendas no varejo nos Estados Unidos caíram 0,4% em dezembro, contra alta de 1% em novembro. O Índice de Preços ao Consumidor, que mede a inflação também no varejo, fechou 2007 em alta de 4,1%, maior aumento desde 1990.As turbulências na economia norte-americana começaram em agosto, quando financiadoras imobiliárias que emprestavam dinheiro sem exigir comprovação de renda anunciaram prejuízos e demissões. Os clientes davam as casas como garantia dos empréstimos, mas a queda no preço no mercado imobiliário prejudicou o resultado dessas instituições financeiras. Como resultado, o crédito nos Estados Unidos ficou mais difícil.Paulson disse ainda que acredita na recuperação econômica dos Estados Unidos, apesar da crise no mercado imobiliário. “Os fundamentos a longo prazo da nossa economia estão fortes e acredito que nossa economia continuará a crescer, mas o mercado habitacional passa por um forte processo inevitável de ajustes depois de anos de valorização insustentável no preço dos imóveis”, avaliou o secretário.