Fipe revê previsões e reduz estimativa de inflação para janeiro em São Paulo

18/01/2008 - 12h34

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O coordenador do levantamentosobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de PesquisasEconômicas (Fipe), Márcio Nakane, refez hoje (18) a previsão sobre a inflação de janeiro na cidade deSão Paulo, reduzindo a estimativa de 0,85% para 0,62%. O economista apontou dois motivos para rever aprevisão: “comportamento bem mais favorável nos preços dos alimentos e oferta de liquidações nos artigos devestuário”.Em avaliação feita na semana passada, Nakane haviaobservado a possibilidade de alta nos produtos in natura, o que iriapressionar o grupo de maior peso inflacionário, o da alimentação. Apesarde a aceleração ter-se confirmado, passando de uma alta de 0,09% para 1,5%, umaumento razoável, esperávamos um cenário pior”, salientou o economista, aoadmitir que se surpreendeu com as constatações nesse grupo. Ele acrescentou que, na segunda prévia de janeiro, houveforte desaceleração das cotações do feijão, um dos principais itens de pressãodesde novembro do ano passado. O feijão continua subindo, mas a alta perdeu um pouco daforça, passando de uma alta de 39,48% para 22,80%. A inflação só não desacelerou mais ainda na segunda préviado mês, conforme Nakane, por conta da alta de 1,78% na educação contra 0,83% do levantamento anterior,atribuída ao período de matrículas escolares e à compra de material escolar. “Atéo final do mês, ainda deveremos verificar pressões sobre a taxa nesse segmento”, disse o economista.Outro fator que, segundo ele, também impediu um recuo maiorno IPC foi o impacto dos serviços de excursões, pacotes de viagens, sobre ogrupo despesas pessoais. A variação foi a mesma da primeira quadrissemana(1,14%), e a razão “foi a proximidade do carnaval”. Neste ano, o feriado docarnaval vai cair no início de fevereiro. Quanto à habitação, que apresentou a menor oscilação dossetes grupos pesquisados, com 0,05% ante 0,11%, Nakane reiterou que tal favorável ainda se deve às tarifas em baixa de energia elétrica. Entretanto, advertiu, "esse cenário tão favorável não deve persistir por muito tempo”. Nakane chamou atenção também para o grupo transportes, que subiu 0,37%, índice inferior à primeira prévia (0,42%).“Diferentemente dos anos anteriores, não estamos detectando aceleração nopreço do álcool combustível nesse período de entressafra”, justificou.