Revitalização do São Francisco não é "moeda de troca", afirma secretário

15/01/2008 - 19h02

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Osecretário executivo do plano de desenvolvimento do semi-áridodo Ministério da Integração Nacional, JoãoMendes da Rocha Neto, disse hoje (15) à Agência Brasilque a instalação de grupo de trabalho para estimularações de revitalização do Rio SãoFrancisco reflete a importância dada pelo governo federal aotema. “Nãopodemos tratar isso como moeda de troca. O projeto de integraçãodas bacias é importante, mas a revitalização,com ou sem a integração, também é”,afirmou Rocha Neto.O novo grupo de trabalhoserá de âmbito interno e terá representantes das secretarias executiva, dedesenvolvimento de políticas regionais, de programas regionais, de infra-estrutura hídrica, do Programa da Revitalizaçãode Bacias, da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene),da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco edo Parnaíba (Codevasf) e do Departamento Nacional de ObrasContra as Secas (Dnocs). O colegiado vai trabalhar atéa conclusão do projeto de integração, segundo aassessoria do ministério, e estará apto a oferecercooperação técnica a estados e municípiosna apresentação de propostas de intervenção.A revitalizaçãodo rio é um cobrança constante de movimentos sociaisque protestam contra o projeto de transposição das águasdo São Francisco. A manifestações maiscontundentes foram duas greves de fome realizadas pelo Bispo de Barra(BA), Dom Luiz Cappio. Com os jejuns, o religioso pedia a suspensãodas obras em curso ao longo da bacia.A expectativa de Rocha Netoé de que as ações que forem implementadas porestados e municípios contribuam para vencer a resistênciados oponentes. “Sabemos que a condição ambiental do SãoFrancisco em algumas partes é bastante grave. As açõesde recomposição das águas podem atender setoresque hoje se opõem à integração.” Segundo o secretário,o grupo do Ministério da Integração vai apoiar projetos que atendam recomendações feitas pela Agência Nacional dasÁguas (ANA) e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente eRecursos Naturais Renováveis (Ibama), como a recuperaçãode matas ciliares e intervenções em áreas queprovocam o assoreamento do rio. “O esforço é para agregar políticas públicas que repercutam na mitigaçãode efeitos da ocupação desordenada, do uso errado derecursos hídricos e das terras próximas ao rio”,argumentou Rocha Neto.Com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo federal pretende aplicar, até 2010,  R$ 1,3 bilhão em açõesde revitalização, em 341 municípios localizadosna bacia do Rio São Francisco.