Relatório aponta diversificação e crescimento de exportações feitas por municípios brasileiros

15/01/2008 - 19h44

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Relatório sobre a balança comercial de estados e municípios revela que os pólos exportadores no Brasil estão se diversificando. De acordo com o documento, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, enquanto as vendas de São Paulo, maior exportador, mantiveram-se estáveis em US$ 7 bilhões em 2007, em outras cidades elas chegaram a crescer 14 vezes na comparação com 2006. "Vários estados do Nordeste têm despertado para a importância das exportações e uma grande  conseqüência disso é a presença maior, proporcionalmente, desses estados na pauta exportadora brasileira", comenta o secretário de Comércio Exterior do ministério, Welber Barral, em entrevista à Agência Brasil. Alem disso, ele recorda que "há uma política deliberada do governo de diversificar produtores e diversificar regiões produtoras no país". Barral cita o programa Primeira Exportação, direcionado aos estados do Nordeste, Centro-Oeste e Norte, que tem alavancado as vendas para o exterior em várias cidades destas regiões. Um exemplo dessa diversificação são as cidades nordestinas de Ipojuca (PE), onde as vendas saíram de US$ 22,3 milhões em 2006 para US$ 107,6 milhões no ano passado, e Barreiras (BA), cujas exportações subiram de US$ 60 milhões para US$ 104 milhões. No Centro Oeste, o município de Nova Mutum (MT) saiu de US$ 33,4 milhões para US$ 104 milhões, e o de Ouvidor (GO) saiu dos US$ 67 milhões em 2006 para US$ 104,2 milhões. Querência (MT) teve as vendas elevadas de US$ 7,3 milhões para US$ 101 milhões. "Esses dados são o próprio reflexo da desconcentração industrial. Algumas cidades já refletem a instalação de indústrias e empresas", diz Barral. Ele cita ainda o crescimento do município de Camaçari (BA), que vem atraindo indústrias e aumentando as exportações, especialmente de produtos químicos. No caso de Pernambuco, o crescimento é explicado pelo Complexo Portuário de Suape, que também recebeu investimentos e, no ano passado, passou pelo seu melhor momento em 29 anos de história, após o início do processo de revitalização. O secretário destaca ainda o perfil dos produtos exportados, que também passa pela diversificação.Barral lembrou que, além de diversificar os produtores, o país tem diversificado também o tipo de produtos que vende. "No Nordeste temos o crescimento na área química. E em algumas regiões do Norte e Nordeste há a descoberta da fruticultura com um grau de competitividade muito grande, e cada vez mais, há a participação de produtos elaborados, como o suco de frutas."Ele recordou que o principal produto de exportação brasileiro hoje é o material de transporte, com destaque para os aviões. Mesmo com esse avanço, no topo da lista de exportadores ainda figuram municípios pertencentes aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Em segundo lugar, depois da capital paulista, está São José dos Campos (SP), com vendas de US$ 6,1 bilhões, por causa dos aviões fabricados pela Embraer. Em terceiro, está Angra dos Reis (RJ). A ilha, que em 2006 exportou apenas US$ 786 milhões, em 2007 atingiu US$ 5,9 bilhões, dos quais US$ 5,3 bilhões foram em óleos brutos de petróleo. Em quinto, está a cidade portuária de Santos (SP), com vendas atingindo US$ 3,1 bilhões.