Ana Luiza Zenker*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo do presidente Evo Morales e os nove prefeitos (cargo correspondente ao de governador de estado) da Bolívia retomaram no início da tarde de hoje (15) a terceira parte do debate sobre a agenda política em relação à Constituição Política do Estado e aos estatutos autonômicos apresentados pelos departamentos (estados) de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija.Segundo o porta-voz da Presidência, Alex Contreras, na reunião está sendo feita uma análise política tanto do texto da nova Constituição quanto do conteúdo dos estatutos autonômicos, para uma possível compatibilização – a alternativa sugerida pelo presidente Morales. “Para nós este é um tema fundamental e oxalá seja possível chegar a consensos com os nove prefeitos”, afirmou Contreras.Na reunião, acrescentou, o presidente deve relatar aos prefeitos seus encontros com os constituintes e as possibilidades de uma compatibilização com o estatuto autonômico, para que os prefeitos também dêem sua opinião.Ele explicou que na reunião iniciada na noite de ontem (14) e encerrada na madrugada de hoje ficou evidente que “há duas visões diferentes”, motivo pelo qual não se chegou a uma definição sobre a fonte de financiamento para o programa Renda Dignidade, que a princípio seria o Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos (IDH), rejeitado por seis prefeituras. No entanto, eles também concordaram que até sexta-feira (18) devem ser buscadas novas alternativas para solucionar o impasse.Contreras informou que para alguns prefeitos, o benefício deveria ser sustentado pelo Imposto Especial sobre Hidrocarbonetos e Derivados (IEHD), uma das três receitas petrolíferas recebidas pelas regiões. E que se não se chegar a um consenso até sexta-feira, existe a possibilidade de convocação de um referendo revogatório para o presidente e os nove prefeitos, em um prazo de 90 dias. "Esta é uma saída pacífica para as divergências, evitando o enfrentamento", disse.