Ministério Público do Rio investiga denúncia de mordomia para presos na Polinter

15/01/2008 - 19h03

Thatiana Amaral
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Ministério Público do Rio de Janeiro está investigando mordomias concedidas aos presos pela operação Propina S.A na carceragem da Polinter de Campo Grande, na zona oeste da cidade.Policiais e promotores começaram a investigar o caso após o recebimento de denúncias pelo Disque Ouvidoria do Ministério Público, que acusavam esses presos de estarem recebendo benefícios e saindo nos finais de semana mediante o pagamento de R$ 15 mil.Em vistoria realizada no domingo (13), foram encontrados seis celulares, um laptop com acesso à internet e um bastão retrátil, que poderia ser usado como arma, em um armário com fundo falso localizado no corredor em frente a duas celas de quatro detentos.Agora, o Ministério Público está abrindo um inquérito para investigar os donos do material encontrado e como ele entrou na delegacia.Segundo o promotor Homero das Neves Freitas, há necessidade de maior fiscalização para o combate a irregularidades desse tipo. “A Polinter merece maior do chefe de polícia. Acho que há excesso de mordomias e devia haver uniformização no tratamento dos presos especiais. Não há fiscalização”, avalia.Segundo Freitas, no entanto, não há como saber se os demais presos da Polinter também tinham mordomias, pois a operação se restringiu às cinco celas dos detidos pela operação Propina S.A.A carceragem também conta com uma academia com quatro aparelhos de ginástica, televisões, geladeira e ar-condicionado nas 22 celas utilizadas pelos 52 presos com diploma universitário.A Operação Propina S.A foi desencadeada no final do ano passado para acabar com um esquema de sonegação fiscal que teria desviado mais de R$ 1 bilhão dos cofres do estado do Rio de Janeiro. Na ocasião foram presas 26 pessoas, 16 das quais estão detidas na Polinter em Campo Grande.