Medidas de ajuste do orçamento podem "calibrar" crédito, admite Paulo Bernardo

10/01/2008 - 13h26

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As medidas que estão sendo adotadas para ajustar as contas dogoverno, incluindo a elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), podem ajudar a"calibrar" o crédito e gerar resultados benéficos no equilíbrio dainflação, como admitiu o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, em entrevista a emissoras parceiras da Radiobrás, no estúdio da Rádio Nacional de Brasília.Segundo o ministro, alguns analistas acham que aelevação do IOF terá efeito benéfico, porque houve um crescimentosuperior a 25% no crédito nos últimos anos. Segundo ele, o volumeconcedido em empréstimo à sociedade deve ter ficado próximo a R$ 1trilhão."Mas não era esse o objetivo principal. Na verdade nós fizemosuma medida para corrigir o rombo do orçamento. Agora, essa questão docrédito, a orientação do presidente Lula é para calibrarmos. Não queremos deixar crescer [o crédito] explosivamente, mas não queremos tambémachatar o crédito", disse.Segundo Paulo Bernardo, é fundamental que continue existindoestímulo para o consumo e que haja sinais positivos para os empresáriosinvestirem no crescimento do país. "No ano passado. A taxa deinvestimento privado na economia foi o dobro do consumo. Ou seja, oconsumo das famílias cresceu 6% e o investimento cresceu 12 %. Avantagem disso é que nós estamos aumentado a produção de forma a nãoter crise na oferta. Não ter falta de produto e gerar inflação",afirmou.  O ministro lembrou que o importante é equilibrar todos osfatores, como o equilíbrio fiscal, o crescimento econômico e o controle da inflação, para não prejudicar o bom momento econômico do país."Queremos equilibrar as contas. Vigiar se um crescimento explosivo dealgum setor que pode provocar desequilíbrio, mas não dar umasinalização de que nós queremos achatar o consumo ou prejudicar oinvestimento, pois isso acabaria sendo negativo para o nossodesenvolvimento econômico", disse. Entre as medidas anunciadas pelo governo para equilibrar oOrçamento 2008, que perde R$ 40 bilhões com o fim da CPMF, está a elevaçãoda alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras. Esse imposto incide sobre operações de crédito, de câmbio e de seguro.