Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A morte ontem (9) da auxiliar de limpeza da companhia aérea TAM, Deonice Santana, que caiu de uma aeronave estacionada no pátio do Aeroporto Internacional de Guarulhos, levou entidades de trabalhadores da aviação civil a divulgarem nota na qual apontam precariedades nas condições de trabalho dos profissionais que atuam no setor aéreo.“O acidente é um indício da falta de funcionários e da pressa com que são feitos os trabalhos antes do vôo, sem levar a segurança em conta”, afirma a nota que é assinada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), o Sindicato Nacional dos Aeroviários e os sindicatos de aeroviários de Guarulhos, Pernambuco e Porto Alegre. A funcionária da TAM realizava a limpeza de uma aeronave A-330 no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) e no momento de descer do avião não percebeu que a escada havia sido retirada, caindo de uma altura estimada entre 6 e 8 metros. O diretor de segurança de vôo do Sindicato Nacional do Aeronautas, Carlos Camacho, afirma que houve falha na realização dos procedimentos de segurança. Segundo ele, antes de retirar a escada é preciso colocar uma fita de contenção na porta da aeronave para impedir quedas como a ocorrida. “É um procedimento para o qual as empresas devem estar atentas”, ressalta ele. Na avaliação do vice-presidente do Sindicato dos Aeroviários em Guarulhos, Orisson de Souza, a falha é resultado da pressão a que estão submetidos os trabalhadores em decorrência da falta de pessoal. Ele aponta ainda a pressa em liberar os vôos com o crescente aumento da demanda de passageiros e a extinção de empresas aéreas. Como exemplo, Orisson cita o caso dos trabalhadores de pista, como mecânicos, carregadores e descarregadores de avião que têm dobrado o horário de trabalho. “A legislação diz que a carga horária deles deve ser de 6 horas e o que se percebe é que eles têm dobrado, trabalhado 12 horas, e isso causa estafa e pode afetar a segurança de trabalho”, garantiu.A observância às normas de segurança de trabalho é outro item apontado por Orisson de Souza e também aparece na nota divulgada pelas entidades. “O cumprimento exato das normas de segurança é essencial para garantir a vida dos trabalhadores e passageiros no setor de aviação”, diz o texto.A TAM divulgou nota em que lamenta a morte da funcionária e afirma que “as causas da queda estão sendo apuradas pela companhia”.