Felipe Linhares
Da Agência Brasil
Brasília - O Brasil poderá receber, em 2008, um novo grupo de refugiados palestinos. A afirmação é do presidente do CômiteNacional para Refugiados (Conare), Luiz Paulo Barreto, que adiantou que um dos focos de trabalho do comitê será a avaliação da integração dos 108 palestinos que chegaram ao Brasil no ano passado. “Se essa experiênciafor bem sucedida, como está sendo, poderemos receber outrogrupo de palestinos que ainda estão em risco”, explicouBarreto.De acordo com o Conare, os palestinos que chegaram no país viviam hádois anos em acampamentos de condições precárias em uma cidade do Iraque. “Eles chegaram no Brasil recebendo aula deportuguês e, ao mesmo tempo, assistência psicológica,médica, humanitária e social. Eles estão muitobem agora. Muitos dizem que já são brasileiros.”Barreto destacou que, para este ano, as metas do Conare são: continuar recebendo os refugiados deoutros países e ficar atento aos conflitos internacionais,como o do Quênia. Segundo ele, a lei brasileira de refúgio, que completou dez anos, é considerada uma dasmelhores leis do mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para Barreto, a lei brasileira reúnetodos os instrumentos necessários para garantir proteçãoe integração dos refugiados.Atualmente, 3,7 mil refugiados vivem no Brasil. Desse total, cerca de 70% são denacionalidade angolana. De acordo com o presidente do Conare, a maior parte dosangolanos veio para o Brasil por causa da guerra civil que durou 21anos. “O Brasil, por uma questão de identidade lingüísticae cultural, recebeu os angolanos. Apesar de a guerra ter acabado, muitosainda se sentem inseguros para voltar”, defendeu Barreto que também é secretário-executivo do Ministério da Justiça. A parceria entregoverno federal, Nações Unidas e sociedade civilpermite que os refugiados sejam encaminhados a programas de saúde,educação e cursos de capacitaçãoprofissional. “Quando terminar o conflito eles chegam no paísem condições melhores das de quando saíram. Esse éo objetivo da proteção internacional.”Os refugiados recebem um documento de identidade concedido pelo governo brasileiro. Depois de seis anos, elespodem pedir um visto de residência definitivo ou então anaturalidade brasileira.