Cipriano Junior
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Amorte do jovem Andreu Luis da Silva Carvalho, de 17 anos, no Centro deTriagem e Reabilitação (CTR) do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), na zona norte da cidade, foi provocada por agentes estaduais. A informação é do deputado estadual Marcelo Freixo (P-SOL), que hoje (8) ouviu os depoimentos de outros internos. O jovem morreu no dia 1º e segundo Freixo, vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa doRio de Janeiro, "os relatos dos que estavam no CTR no momento da violência são contundentes".
O deputado disse ainda que "são relatos detalhados de que os agentes teriamespancado o rapaz até a morte – e são de jovens que estavam em locaisdiferentes, o que torna difícil terem combinado isso".
Na 37ª Delegacia de Polícia Civil, na Ilha do Governador, que investigao caso, a versão dos agentes é de que o jovem sofreu uma queda dotelhado do CTR. E foi confirmada, emdepoimento aos policias, por um jovem que dividia a cela com Andreu. Otitular da delegacia, Manuel Paredes, disse não ter recebido ainda cópiados depoimentos prestados à corregedoria do Degase pelos jovens. E que a investigação aguarda os laudos técnicos sobre a morte do adolescente.
Por meio de sua assessoria de comunicação, o Degase informou que o relatório da sindicância concluído ontem (7) foi enviado a instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil e a Assembléia Legislativa, e preferiu não comentar o caso.
O deputado Marcelo Freixo, que também recebeu o documento, disse que antes de divulgar o conteúdo o enviará ao Ministério Público e ao delegado Manuel Paredes. Segundo Freixo, registros de agressões no interior das unidades do Degase não sãoincomuns.
"Cenasde violência, narrativas de espancamento, inclusive recentes, existem. Masnão casos de morte, nenhum tão grave como este. Por isso,evidentemente, estamos dando uma atenção especial, porque não envolvesó a tortura, mas também homicídio", disse.