Governo deveria ter chamado parlamentares para discutir pacote, diz Garibaldi

08/01/2008 - 12h29

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado,Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), criticou hoje (8) a forma como ogoverno anunciou o pacote de medidas tributárias. Para ele, oExecutivo deveria ter convocado os parlamentares para discutir asmedidas antes de determinar o aumento das alíquotas do Impostosobre Operações Financeiras (IOF) e da ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. "Faltouo diálogo. Qualquer outra explicação, pelo menosa mim, não convence", disse hoje ao chegar ao Senado.Para o senador, o governo deveria ter procurado parlamentaresda base aliada e da oposição para explicar por que nãopoderia cumprir a promessa feita no fim do ano passado de que nãohaveria aumento de impostos. "Achei errado o governo nãovoltar à mesa de conversações e ter dito que nãopoderia manter aquele compromisso. Não seria nem a primeiranem a última vez que um compromisso seria desfeito, masdesfeito na base do diálogo, do entendimento", afirmou."Não pode ser assim, de cima para baixo porque hátodo um orçamento a essa altura dos Três Poderes sendoexaminado", acrescentou.Garibaldi Alves Filho demonstroupreocupação com os cortes no Orçamento Geral daUnião deste ano que serão anunciados nos próximosdias para adequar as contas à perda de R$ 40 bilhõescom a rejeição da Contribuição Provisóriasobre Movimentação Financeira (CPMF). "Anotícia que se tem é que ninguém serápoupado, nenhum poder será excluído", disseGaribaldi. Mas lembrou que os ajustes ainda dependem de aprovaçãoda Comissão de Orçamento do Congresso Nacional.Opresidente do Senado avaliou, ainda, que a preocupaçãoserá ainda maior ser houver cortes no Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC). Ontem, o líder do governo na Casa,Romero Jucá (PMDB-RR), disse que algumas obras do PAC poderãoser afetadas com os cortes. "Ficamos preocupados porque, secortar no PAC, a porta estará aberta, e a tesoura, afiada paracortar em outros setores vitais", disse Garibaldi. "Mas épreferível aguardar. O melhor é aguardar a proposta doExecutivo para que nós ofereçamos também a nossaproposta não deixando que a tesoura aja livremente."