Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), Benedito Marcílio, avaliou hoje (8) como positivas as mudanças nas regras de empréstimos consignados a beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas criticou o fato de o governo não ter reduzido a taxa de juros das operações. "A gente previa alguma medida em relação aos juros, mas não houve nenhuma redução. Houve só a regulamentação, que já é boa, porque os aposentados estavam à mercê da sorte, das financeiras e dos bancos. Pelo menos agora tem uma regra", disse o presidente da Cobap em entrevista à Agência Brasil."Não é aquilo que nós desejamos. Entendemos que as taxas de juros ainda são altas. Mas podemos melhorar dialogando com o governo", completou.O INSS publicou hoje a Instrução Normativa nº1, de 7 de janeiro de 2008, reduzindo o limite de endividamento de 30% para 20% em relação aos vencimentos dos segurados. A medida foi elogiada por Marcílio. "O que estava acontecendo é que se tirava 30% de empréstimo consignado, mais outros percentuais de empréstimo de cartão de crédito e de pacote turismo consignado. Se criou três empréstimos consignados. No final da história, o aposentava gastava praticamente 60% do benefício com empréstimos e acabava ficando sem pagamento. O pagamento é sagrado, é para a manutenção da família e não para fins de pagamento de empréstimos, de juros", disse.Entre as mudanças nas regras de empréstimos está também o aumento do prazo de pagamento das prestações, de 36 para 60 meses. O presidente da Cobap teme que a medida provoque aumento da taxa de juros. "Estou com essa preocupação. Vamos continuar dialogando com o governo no sentido de se conseguir uma linha de crédito especial para aposentados e pensionistas da previdência, em bancos oficiais, e com taxas bem reduzidas de juros. Um empréstimo consignado excepcional para aposentados, pensionistas e idosos", completou.As alterações nos empréstimos consignados provocaram a suspensão das operações entre os últimos dias 2 e 7. Com a publicação da Instrução Normativa nº 1, os empréstimos foram novamente autorizados.