Rotulagem de transgênicos precisa ser revista, defende especialista

05/01/2008 - 17h48

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O sistema de rotulagem de alimentos geneticamente modificados, os chamadostransgênicos, precisa ser revisto. A opinião é da diretora executiva daorganização não-governamental Conselho de Informações sobre Biotecnologia(CIB), Alda Lerayer, em entrevista à Rádio Nacional. Para ela, o sistemade rotulagem de transgênicos deveria ser alterado desde a criação da nova leide biossegurança, em 2005.“O decreto de rotulagem precisaria ser revisto depois da criação da nova leide biossegurança. Isso ainda não foi feito pelo governo. Só depois que issoacontecesse é que a rotulagem passaria a ser obrigatória”, acrescentou.Segundo a diretora, por lei, os produtos com mais de 1% de alimentostransgênicos na sua composição devem ser rotulados especificamente. Esse rótulo,criado como forma de alerta para consumidores, é formado por um triânguloamarelo com um “T” no meio, indicando que aquele produto contém organismosgeneticamente modificados. Lerayer disse que esse símbolo é ineficaz nainformação ao consumidor. “Foi uma coisa tendenciosa que foi feita. O símbolonão informa e vai de encontro ao próprio código do consumidor, que diz que arotulagem deve ser objetiva, clara e direta”, afirmou.Para ela, o ideal é retirar a obrigatoriedade desse símbolo e determinar queas empresas passem a colocar em seus rótulos a mensagem “contém transgênico”.“Aí sim as regras de rotulagem ficariam adequadas”, defende.Alda Lerayer disse que, ainda assim, produtos com orótulo de transgênico não são vistos nas prateleiras porque não há nenhumproduto nos mercados que tenham mais de 1% de transgênico na sua composição. “Amenos que seja uma farinha de soja ou de milho”, explicou.