CGU detecta irregularidades em obras da Construtora Gautama em Alagoas

04/01/2008 - 19h44

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Construtora Gautama, principal alvo da Operação Navalha da Polícia Federal, iniciada em novembro de 2006, por fraudes em licitações públicas, é acusada pela Controladoria Geral da União (CGU) de irregularidades em obras no estado de Alagoas.Relatório divulgado pela CGU informa que foram detectadas fraudes nas obras do sistema de abastecimento de água do Rio Pratagy e na construção da barragem Duas Bocas/Santa Luzia. As acusações apontam para superfaturamento e sobrepreço nas obras, além de pagamentos por serviços não realizados. O prejuízo calculado é de R$ 7,9 milhões, mas a CGU alerta que se os contratos feitos pelo governo de Alagoas não forem suspensos, esse valor pode chegar a R$ 11,7 milhões. A obra começou em 2005 e já deveria ter sido concluída, mas o prazo foi estendido até 2010. Mesmo assim, a construção da barragem Duas Bocas/Santa Luzia está parada. A CGU deverá enviar o relatório ao governo do estado, ao Ministério da Integração Nacional, ao Ministério Público Federal, ao Tribunal de Contas da União e ao Congresso Nacional.Em julho do ano passado, depois da acusação de direcionar editais para fraudar licitações, a Gautama foi declarada inidônea pela CGU, com base nas investigações da Operação Navalha. A empresa entrou com mandado de segurança para tentar revogar a inidoneidade – que a impede de participar de licitações e contratos com órgãos da administração pública federal –, mas em dezembro o Superior Tribunal de Justiça negou o pleito da construtora, que tem sede em São Paulo e filiais em sete estados e no Distrito Federal.