Presidente da Fiesp considera "desnecessárias" medidas anunciadas pelo governo

03/01/2008 - 18h01

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da Federação e do Centro das Indústrias de São Paulo (Fiesp/Ciesp), Paulo Skaf, em nota divulgada hoje (3), afirmou que considera "descabidas e desnecessárias" as medidas anunciadas ontem (2) pelo governo para compensar o fim da arrecadação com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele disse lamentar "o 'presente' que o governo deu ao povo brasileiro no primeiro dia útil do novo ano”, com os aumentos nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). E acrescentou: "A medida anunciada ontem é descabida e desnecessária, pois a União terá aumento da arrecadação de R$ 40 bilhões em 2008, em relação ao exercício anterior, já descontada a receita da CPMF que, felizmente, a sociedade conseguiu derrubar no Senado.”De acordo com o presidente da Fiesp, a arrecadação do governo federal chegou perto de R$ 600 bilhões em 2007 e esses recursos seriam “mais do que suficientes” para atender às demandas orçamentárias com os programas sociais, como o Bolsa Família e a Emenda 29 à Constituição, que vinculou os recursos federais destinados para a saúde à variação do Produto Interno Bruto (PIB). Para Skaf, a sociedade precisa de “menos impostos e mais eficácia da máquina pública”. Ele afirmou que “os brasileiros desejam, sim, um Estado mais eficiente, menos perdulário e capaz de prestar bons serviços, não só em termos de investimentos na recuperação e modernização da infra-estrutura, como nas áreas prioritárias da saúde, educação e segurança”.Na nota ele defendeu, ainda, que as reformas estruturais e a desburocratização são essenciais para o crescimento da economia.Além do aumento do IOF, em 0,38% sobre todas as operações de crédito, câmbio para exportar produtos, e para serviços e operações de seguro, e do aumento de 9% para 15% da alíquota da CSLL para o setor financeiro, o governo anunciou também o corte de R$ 20 bilhões no Orçamento Geral da União, para compensar as perdas com rejeição do Congresso Nacional à prorrogação da CPMF.