Presidente da Bolívia promete cumprir acordos sobre gás com Brasil e Argentina

03/01/2008 - 20h43

Marco Antônio Soalheiro*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em entrevista coletivaconcedida hoje (3) em La Paz, o presidente daBolívia, Evo Morales, anunciou investimentos que podem chegar  a US$ 1,5bilhão no setor de hidrocarbonetos, para garantir o abastecimento da demanda interna e o cumprimento de acordos de exportação de gás natural firmados com oBrasil e a Argentina. As cifras não contemplam os contratos com a Venezuela e o Irã. Os investimentos serãofeitos por petrolíferas estrangeiras que renovaram contratospara operar na Bolívia após a nacionalizaçãodos hidrocarbonetos, em maio de 2006, e pela YPFB (YacimientosPetrolíferos Fiscales Bolivianos), empresa que controla agora toda a cadeia da indústria naquele país. A maior partedos recursos (US$ 876,5 milhões) será investida em pesquisa e desenvolvimento de campos, segundo oministro de hidrocarbonetos, Carlos Villegas, que participou da coletiva. O compromisso de exportação da Bolívia com oBrasil é de mais de 30 milhões de metros cúbicospor dia de gás natural, com destino a São Paulo, eoutros 2,2 milhões para a geração de energia emCuiabá (MT). Os acordos com a Argentina alcançam7,7 millhões e ao consumo interno se destinam entre 6 milhões e 7milhões de metros cúbicos diários. A produção internaatual, de pouco mais de 33 milhões diários, nãoé suficiente, porque o volume das exportações ésensivelmente inferior aos estipulados nos contratos. Isso se deveà paralisação dos investimentos ocorrida quandoo governo de Morales fixou novas regras para as petrolíferasque operam no país. Em nota divulgada pela Agência Boliviana de Informação,Evo Morales diz que os investimentos no setor foram viabilizados por bonsresultados alcançados pela nacionalização doshidrocarbonetos e pela adequação dos contratos de petróleocom as empresas estrangeiras que operam no país. "As empresas que se enquadram  nas normas bolivianas e que cumprem os contratos têm tudo garantido, a segurança jurídica, direito à utlização e a recuperar seu investimento", afirmou o presidente, segundo a nota.