Alimentos também puxam inflação para cima em Salvador e Recife

03/01/2008 - 16h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O grupo Alimentação, que no ano passado puxou para cima a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), também influenciou de modo particular as taxas registradas em Salvador (BA) e no Recife (PE). No ano, as cidades acumularam variações de 5,38% e 4,94%, respectivamente. Acima, portanto, da média nacional do IPC-S: 4,60%.Segundo o economista da entidade André Braz, em Recife e Salvador, ataxa de variação do grupo Alimentação subiu um pouco acima da média dasoutras capitais."Como alimentação, nessas cidades, tem um peso maior, ainfluência desses efeitos nas duas regiões foi um pouco mais forte.Com isso, a taxa de variação ficou acima da média”, disse. “Certos alimentos têmum peso maior na cesta de consumo das famílias nessas cidades. Então, mesmo com variações de preço muito próximas, odestaque na composição do índice é mais forte nessas duas regiões”. O IPC-S Capitais, divulgado hoje (3) pela FGV, revela que três das sete capitais pesquisadas tiveram aumento nas taxas da semana encerrada em 31 de dezembro de 2007, quando o indicador ficou em 0,70%.São elas: Recife, que passou de 0,93% na semana anterior para 1,14%; Salvador (de 1,03% para 1,12%) e Rio de Janeiro (de 0,48% para 0,58%).A menor taxa foi registrada em PortoAlegre (RS): 0,26%, mostrando queda em relação à semana anterior(0,36%). “Porto Alegre antecipou alguns reajustes queoutras cidades só captaram depois”, disse Braz. Na média do acumulado do ano, o aumento dos alimentos nas sete capitais pesquisadas ficou próximo. As maiores altas foram em Recife (11,67%), Belo Horizonte (11,24%) e São Paulo (11,13%). As menores foram encontradas em Brasília (8,41%), Porto Alegre (9,47%), Rio de Janeiro (9,86%) e Salvador (10%).Segundo o economista, o grupo Alimentação deverá continuar impactando a inflação em todas as capitais, embora haja uma tendência de desaceleração.“Alimentação vai continuar sendo destaque, mas a variação não deve apresentar altas mais intensas. Ela deve continuar  positiva, mas com decréscimo semana após a outra, porque os efeitos da entressafra da carne bovina começam a ceder. Isso abre espaço para uma redução na taxa de variação do grupo”.Braz destacou, ainda, que as pressões nos preços dos alimentos in natura observadas até a primeira  quinzena de dezembro já  começaram a ceder. “É possível, então, que a taxa apresente desaceleração”. 

Pelo que revelam as primeiras apurações de 2008, o economista avalia que a maior pressão será das mensalidades escolares.

“É um efeito que marca o mês de janeiro e fatalmente terá uma influência grande, porque a gente espera reajustes em torno de 10% a 12%”.