Bruno Bocchini e Vinicius Konchinski
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo - O presidente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Júlio Neves, afirmou hoje (21) que não houve falta de verbas para que a instituição fizesse investimentos na segurança de seu acervo. No entanto, ele admitiu que a direção do Masp tem de administrar um “cobertor curto” de recursos.“Eu não diria que faltou verba para investir em segurança. Quando você administra cobertor curto, você tem que conseguir ver o que você pode fazer com os recursos que você consegue levantar”, disse Neves, após cerimônia de assinatura do acordo de cooperação dos governos estadual e federal para implementação do programa Mais Cultura em São Paulo.Dois quadros foram roubados do Masp na madrugada desta quinta-feira (20): o Lavrador de Café, do pintor brasileiro Candido Portinari, e o Retrato de Suzanne Bloch, do espanhol Pablo Picasso.De acordo com o presidente do Masp, o museu funcionou desde a sua fundação, em 1947, até 2001 sem nenhum equipamento de segurança, apenas com guardas. Na reforma realizada em 2001, o Masp passou a contar com alguns instrumentos para evitar roubos. Neves, no entanto, não soube precisar quais. “Nós conseguimos aprovar agora com o Ministério da Cultura, a utilização dos incentivos da Lei Rouanet em um programa que envolve não só a manutenção do museu no ano de 2008, mas também com a adequação das nossas instalações e com esses instrumentos de segurança”, disse.Para o ministro da Cultura, Gilberto Gil, presente ao evento, o roubo dos quadros não deve ter sido realizado por brasileiros, mas por quadrilhas internacionais.Gil lembrou ainda que já está em trâmite no governo a criação do Instituto Brasileiro de Museus. “Que vai criar sua própria autonomia, criar seus quadros, ter capacidade mais plena de imaginar os seus programas, de atender as demandas específicas dos mais de 2,5 mil museus que nós temos no Brasil”.O ministro e o governador de São Paulo, José Serra, assinaram hoje (21) um acordo de cooperação para apoio à área da cultura, denominado Mais Cultura. O programa prevê investimentos de R$ 4,7 bilhões até 2010 para ampliar a oferta de equipamentos e espaços culturais.