Ministério diz que deu prioridade à segurança e agora busca regularizar vôos

21/12/2007 - 10h53

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Desde a posse do ministro da Defesa, Nelson Jobim, no dia 25 de julho, logo após o acidente com o avião da TAM, ocorrido em 17 de julho em São Paulo, o ministério tem anunciado medidas para tentar solucionar a crise aérea. Segundo o Ministério da Defesa, vária ações foram adotadas para permitir um processo de melhoria contínua no setor. No início, o ministério diz ter priorizado a consolidação da segurança na aviação e agora busca a regularidade e pontualidade dos vôos.Entre as medidas anunciadas e consolidadas pelo ministério estão a substituição de toda a diretoria da Infraero e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Na Infraero, o ex-presidente José Carlos Pereira foi substituído por Sergio Gaudenzi no dia 6 de agosto, enquanto Milton Zuanazzi deixou a presidência da Anac, no dia 31 de outubro, e foi substituído pela economista Solange Vieira.Além de mudanças institucionais, o Ministério da Defesa anunciou a contratação de 300 funcionários pela Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) para operar os aparelhos de raio-X nos aeroportos de todo o país. A medida, segundo a assessoria, tem o objetivo de reduzir as filas nos aeroportos.Especificamente para o aeroporto de Congonhas, o mais movimentado do país, uma das primeiras medidas anunciadas foi a redução do comprimento da pista principal e a criação de áreas de escape. Com isso, em setembro, a pista principal passou de 1.934 metros para 1.640 metros, com áreas de escape de 150 metros em cada cabeceira; e a pista auxiliar passou de 1.435 metros para 1.195 metros, com 120 metros de escape em cada extremidade. Em 18 de outubro, o governo voltou atrás com relação à pista auxiliar e autorizou o aumentou de seu tamanho em 120 metros somente para as decolagens.Além disso, o ministério afirma ter solicitado a redução dos pesos das aeronaves que pousam no aeroporto e a redução da distância a ser percorrida pelos vôos partindo de Congonhas. A primeira proposta do governo, anunciada em 30 de julho, foi a de que os vôos partindo de Congonhas tivessem duração máxima de duas horas. Mas, no dia 13 de agosto, as companhias aéreas solicitaram que o governo não levasse em consideração o tempo de viagem e sim a distância, e hoje os vôos partindo de Congonhas estão limitados a 1,5 mil quilômetros. O ministério também diz ter proibido o uso do aeroporto paulista como centro de distribuição e de conexão de vôos, passando a operar somente ponto a ponto, embora especialistas da aviação apontem que as empresas aéreas estejam burlando a medida. Em entrevista à Agência Brasil no dia 25 de novembro, o engenheiro ambiental e sociólogo Luiz Henrique Werneck de Oliveira, que também trabalha com conflito socioambiental em empreendimentos de infra-estrutura, disse que já vivenciou essa situação. “Todo esse esforço que foi feito para mudar vôos mais longos de Congonhas para Cumbica vem sendo burlado pelas companhias aéreas e eu já tive essa experiência. Peguei um vôo para Belém do Pará e pousei em Brasília e lá simplesmente se mudou o número de vôo. Eu não mudei nem de assento dentro do avião. E não era bem isso o que foi acordado”, criticou, na ocasião.