Greve de fome de bispo reacendeu debate sobre a transposição de rio, avalia CPT

21/12/2007 - 15h58

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Embora os 24 dias degreve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio,não tenham alcançado o objetivo pretendido, a avaliaçãofeita por movimentos sociais é de que a greve reacendeu osdebates em torno da transposição do Rio SãoFrancisco. A informação é do representante daComissão Pastoral da Terra, Ruben Siqueira. “Se tomarmos oobjetivo principal que era o arquivamento do projeto e a retirada dastropas do Exército, isso não alcançamos, mas emcompensação alcançamos muito mais do quepoderíamos prever, esse debate, a volta do tema àagenda nacional e a desconfiança que se plantou a respeitodesse projeto”, afirmou Siqueira. A intençãoa partir de agora é intensificar a mobilizaçãodas organizações da sociedade civil e incentivar odebate sobre o tema a fim de esclarecer a população. “A luta vai continuarprincipalmente no nível da massificação dainformação a respeito desses assuntos, do semi-áridodo São Francisco e da transposição.” Eleafirma ainda que as organizações estãopreparando novas ações para recorrer à Justiçana tentativa de paralisar as obras de transposição. Sobre as negociaçõescom o governo, Ruben Siqueira afirma que ainda não háuma posição consolidada, mas avalia ser improvávelque os movimentos em torno de dom Luiz Cappio queiram continuardialogando com o governo. “Está mais que patente que adisposição de diálogo não éverdadeira”, considerou Ruben. Em carta divulgadaontem (20), quando comunicou o fim da greve de fome, dom Cappioafirmou que a luta não cessaria ali. “Depois desses 24 diasencerro meu jejum, mas não a minha luta que também éde vocês, que é nossa. Precisamos ampliar o debate,espalhar a informação verdadeira, fazer crescer nossamobilização. Até derrotarmos este projeto demorte e conquistarmos o verdadeiro desenvolvimento para o semi-áridoe o São Francisco.”