Área de pastagens cai no país, mas cresce 33,8 % na Região Norte, aponta IBGE

21/12/2007 - 18h51

Marco Antônio Soalheiro e Vladimir Platonow
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Os resultadospreliminares do Censo Agropecuário 2006, divulgados peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),revelam que a área de pastagens na Região Norte saltoude 24,3 milhões de hectares em 1995 para 32,6 milhõesem 2006, um avanço de 33,8% nas terras dedicadas àpecuária. Considerado todo oBrasil, houve retração de 3% na utilizaçãoda terra para pecuária, com variações negativasno Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste. No Norte, o avançoaparece atrelado ao aumento do rebanho bovino regional, da ordem de80,7%, com acréscimo de quase 14 milhões de cabeças.O coordenador do Centrode Agronegócio da Fundação GetúlioVargas, ex- ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, disse, aocomentar os números do censo, ter a impressão de que osnúmeros do passado eram subestimados. Ele admite, porém,um acréscimo geral, puxado pela melhora do padrãotecnológico. “Há 10 anosatrás um boi ia para o frigorífico com quatro anos deidade, e hoje vai com 18 meses. A rotação émuito maior de animais. O número de cabeças e aprodução de carne aumentaram mesmo”. O capítulo docenso dedicado à pecuária traz númerosdiferentes da Pesquisa de Produção PecuáriaMunicipal (PPM), divulgada no último dia 11. Enquanto o totalde cabeças bovinas no país apontado pelo censo foi de169,9 milhões em 2006 (11% a mais do que em 1995), o PPMindicou 205 milhões para o mesmo ano. O coordenador deAgropecuária do IBGE, Flávio Bolliger, explicou que asdiscrepâncias de dados devem-se, principalmente, àdiferente metodologia entre um levantamento e outro. Segundo ele,enquanto o PPM se baseia em dados fornecidos por fontes oficiais,como as Empresas de Assistência Técnica e ExtensãoRural (Emater) e, principalmente, o serviço de vacinaçãodo Ministério da Agricultura, o censo é feitodiretamente nas propriedades rurais. Outro motivo para adiferença na totalização de bovinos no país,ainda segundo Bolliger, é o fato de três mil grandesprodutores rurais ainda estarem fora da totalização pordificuldades de acesso dos recenseadores a essas fontes. "Grandes empresasrurais muitas vezes têm suas sedes em outros estados, o quedificulta a coleta de informações", disse. Os númerosfinais do levantamento serão informados somente em outubro de2008, quando devem sofrer acréscimos, segundo Bollinger.