FNDE suspende pregão para tentar reduzir preço de computador educacional

19/12/2007 - 19h39

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na tentativa de reduziro valor do contrato de compra dos 150 mil computadores portáteisque o governo pretende distribuir para 300 escolas públicas detodo o país, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação(FNDE) suspendeu no final da tarde de hoje (19) o pregãoeletrônico que vai selecionar a empresa vencedora. O processoserá retomado amanhã (20), a partir das 9h30.Até o momento, afabricante Positivo Informática está vencendo aconcorrência. Na primeira parte do pregão, a empresaespecializada em tecnologia educacional apresentou o menor lanceentre os concorrentes, R$ 98.180 milhões. Esse valor inclui,segundo a empresa, além dos 150 mil computadores, a instalaçãode infra-estrutura e suporte, como a capacitação deprofessores. Por esse lance, cada computador, acrescido da necessáriaprestação de serviços, sairia por cerca de R$654, o equivalente a U$ 363 pelo câmbio de hoje. A expectativa do FNDE,no entanto, é de negociar uma substancial reduçãode preço. Pelo sistema de mensagens eletrônicas doportal de compras do governo federal, o ComprasNet, a Positivojustificou a dificuldade de reduzir seu lance inicial. “O projeto éextremamente complexo, em um país de dimensõescontinentais, com três anos de garantia, instalaçãoem todas as escolas e configuração de servidor. Poroutro lado, o processo produtivo básico exige uma sériede contrapartidas dos produtores locais. Estamos analisando o quepoderemos fazer”, justifica a empresa no ComprasNet. Além danegociação em torno do preço final, o Ministérioda Educação (MEC) ainda vai submeter o protótipoda Positivo, o Classmate PC, a testes. Se o laptop nãoatender às exigências, a empresa que apresentou osegundo menor lance será convidada a submeter seu aparelho àsmesmas provas. As 300 primeiras escolas a receber o laptopintegram o projeto interministerial Um Computador por Aluno (UCA),desenvolvido desde 2005. A oferta da Positivosuperou a da Digibras (R$ 98.800 milhões); da Simm do Brasil(R$ 104.595 milhões); da Reifasa (R$ 113.999 milhões);do Itautec (R$ 175.579 milhões); da Telis Eletrônico (R$450 milhões); da Autosis Informática (R$ 750 milhões)e da Mais Imagem Locações (R$ 2.250 bilhões). O modelo de laptopda Positivo foi desenvolvido em parceria com a Intel. A Simm, terceiracolocada no pregão, além de ser uma subsidiáriada norte-americana Brightstar Corp., é a representante no paísda organização não-governamental One Laptop perChild (OLPC - em português, Um Laptop Por Criança).Ligada ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), a ONG sededica à pesquisa de um notebook de baixo custo, cujoprojeto ficou erroneamente conhecido como o “computador de U$ 100”.O projeto do governoprevê que cada estudante da rede pública tenha acessogratuito a um computador. A partir de dezembro de 2005, especialistasna utilização de novas tecnologias computacionais noprocesso didático-pedagógico passaram a se reunir paradiscutir a implementação do projeto. Além disso,desde fevereiro deste ano o MEC vem testando em escolas públicasalguns dos modelos de laptops educacionais fornecidos pelosfabricantes interessados em disseminar a nova tecnologia.