Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O aumento do consumo em6% e dos investimentos em 14,4% no terceiro trimestre, levaram oInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a rever de 4,5%para 5,2% a projeção de crescimento do Produto InternoBruto (PIB) - a soma das riquezas produzidas no país – esteano.Os números estãona Carta de Conjuntura, divulgada hoje (19) pelo Ipea. O coordenador do Grupode Análise e Previsões (Gap) do instituto, MarceloNonnenberg, destacou que “tanto o consumo quanto os investimentosestão surpreendendo positivamente”. Ele disse tambémque a revisão dos dados referentes ao PIB do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) influenciou narevisão do crescimento da economia.Marcelo Nonnenberginformou que a demanda doméstica cresceu 7,9% no terceirotrimestre, acima dos 5,9% verificado no trimestre anterior. “O crescimento teriasido ainda maior caso as importações nãotivessem crescido tanto quanto cresceram no terceiro trimestre”,disse. Ele disse, porém,que a expansão das importações não éruim. “Pelo contrário, isso significou aumento dosinvestimentos e modernização da indústria”.O desempenho dosinvestimentos, segundo o economista, sinaliza que houve uma mudançano ciclo econômico em relação aos anosanteriores. De acordo comNonnenberg, a partir de 2004 as taxas de crescimento dosinvestimentos são constantes e elevadas por períodosmais longos. “A partir do final de 2004 e início de 2005 éque a gente começa a ter uma mudança de cenário,com uma sustentação do ritmo de crescimento”,explicou o coordenador do Gap.Ele tambémlembrou que a produção industrial é umcomponente importante desse processo de crescimento. Em outubro, aalta da produção industrial foi de 10%, destacando aindústria de bens de capital, que evoluiu 27%. Em 12 meses, aexpansão do setor de bens de capital atinge quase 17%. Em segundo lugar odestaque é para o setor de bens de consumo duráveis,cujo crescimento vem se mostrando sustentável e contínuopor um período bastante longo. “São esses doissetores que estão puxando para cima o crescimento daindústria”, disse Nonnenberg.O economista disse queo crescimento da produção industrial estáprovocando um aumento do nível de capacidade instalada, o quetambém explica a ampliação dos investimentos. “Na medida em que asempresas percebem que o aumento do consumo vai continuar e que aomesmo tempo a utilização da capacidade instalada estáatingindo níveis cada vez mais altos, isso motiva as empresasa fazer novos investimentos”.Também novarejo, o comportamento é positivo, segundo Nonnenberg. Ocrescimento observado em outubro sobre o mesmo mês anterior éde 9,6%, se destacando os setores de móveis e eletrodomésticos(13,5%), tecidos, vestuário e calçados (14,5%) eequipamentos de informática (39%).