Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Por falta de quorum, aComissão Mista de Orçamento transferiu para o dia 12 defevereiro de 2008 a votação dos relatóriossetoriais de infra-estrutura, de fazenda e de desenvolvimento eturismo, além dos destaques aos relatórios deintegração nacional e meio ambiente.O presidente dacomissão, senador José Maranhão (PMDB-PB)explicou que o adiamento foi por causa “da tsunami que foi aderrota do governo na votação da CPMF [ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação Financeira].O relator-geral doOrçamento de 2008, deputado José Pimentel (PT-CE),adiantou que já no dia 8 de janeiro próximo, ele e opresidente da comissão estarão em Brasília paraarticular reuniões preparatórias com os dez relatoressetoriais e depois com os líderes partidários no SenadoFederal e na Câmara dos Deputados.Para Pimentel, oadiamento na decisão sobre o orçamento nãoatrapalha as contas do governo, porque "o orçamento sóentra em vigor mesmo entre março e abril de cada ano", eaté mesmo obras do Plano de Aceleração doCrescimento (PAC), segundo ele, já estão em andamentocom o Orçamento de 2007. De acordo com Pimentel,as reuniões com os relatores setoriais e os líderespartidários servirão para adequar os cortes etransferências no orçamento proposto para 2008 - quechegou em agosto último com uma proposta de receita de R$ 705bilhões - de modo a compensar a perda de cerca de R$ 40bilhões com o fim da CPMF.O senador FranciscoDornelles (PP-RJ), relator setorial de receitas, disse que o governonão tem com o que se preocupar com o adiamento da decisãosobre o orçamento, porque os números de arrecadaçãode novembro e dezembro "estão excedendo o previsto".Dornelles manifestou-secontra a criação de um novo imposto para cobrir o cortede receita resultante do fim do CPMF: "Eu não gosto deimposto, principalmente levando-se em conta que a carga tributáriabrasileira já é muito elevada". O senador Dornellesdisse que não tinha como prever o que vai acontecer paracobrir a falta dos R$ 40 bilhões, que representavam aarrecadação da CPMF, pois tudo dependerá daadequação que vai ser feita no atual orçamento.