Economista diz que fundamentos da economia são bons, principalmente com relação à dívida líquida

17/12/2007 - 16h17

Flavia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O diretor da agênciade rating (análise de risco) Goldman, Sachs & Co.,Paulo Leme, afirmou hoje (17) no seminário Reavaliaçãodo Risco Brasil, que os fundamentos da economia brasileira sãobons, principalmente com relação ao endividamentoexterno líquido, que, segundo ele, deve chegar a zerorapidamente, na medida em que o governo acumule mais reservas e comisso zera a dívida. “Ao zerar vocêestá avaliando o risco de um país que é credorexterno líquido. Então a proposta de avaliaçãodo Risco Brasil passa a ser extremamente favorável”,explicou.Leme enfatizou que odesempenho fiscal é outro fator que influencia o Risco Brasile vem melhorando, com o endividamento público diminuindo. “Talvez nãotão rapidamente quanto os indicadores do grupo de paísesque já são investiment grade [graude investimento]. O riscofiscal, a postura da política fiscal, que é algo quepoderia atrasar ou acelerar dependendo das decisões do governonessa área”. Para o economista, anão-aprovação de renovação daContribuição Provisória sobre MovimentaçãoFinanceira (CPMF) não é elemento para que o grau deinvestimento do Brasil seja aprovado. “Mais importanteainda é o teste do comportamento das autoridades econômicasfrente adversidades, seja na política econômica internaou nas mudanças no cenário externo”. De acordo com ele, asagências de análise de risco vão avaliar qualserá o comportamento e a resposta do governo ao desafio deconduzir a economia sem os recursos da CPMF. “Na medida em que elefor feito em um contexto de orçamento equilibrado, com cortede despesas e não-aumento de impostos, certamente sem tocar nosuperávit primário, a não-aprovaçãoda CPMF não deve ser um empecilho para o Brasil não seraprovado como investiment grade”, afirmou o economista.