Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador FranciscoDornelles (PP-RJ) sugeriu hoje (17) que o governo corte despesas paracompensar o fim da Contribuição Provisória sobreMovimentação Financeira (CPMF). "Resta ao governoquatro alternativas: corte de despesas, corte de investimentos,aumento do endividamento e aumento de impostos. Eu optaria pelo cortede despesas", disse.Mesmo diante dessasalternativas, Dornelles disse que "numa hora dessas, épreciso ter muita calma, muita serenidade, e examinar asalternativas, porque não há milagres". Para o ex-ministro daFazenda, da Indústria e Comércio e do Trabalho, ogoverno tem que pensar bem antes de tomar qualquer atitude pararecompensar a perda de cerca de R$ 40 bilhões de arrecadaçãoda CPMF.Já o senadorÁlvaro Dias (PSDB-PR) disse que a oposição nãoaceitará nenhum aumento de impostos. "Se houver algumaceno do governo nesse sentido, a votação em segundoturno da Desvinculação de Receitas da União(DRU) poderá ficar comprometida. O anúncio do aumentode qualquer impostoprovocará reação em cadeia no Senado, naoposição".Ele lembrou que avotação da DRU em primeiro turno, na quarta-feira dasemana passada (12), foi conseqüência da derrubada daCPMF. Dias disse que "éinadmissível qualquer aumento de imposto a essa altura, com asobra de arrecadação que o governo está tendo".O senador definiu oministro da Fazenda, Guido Mantega, como "um terroristaeconômico, sempre prometendo aumentar impostos. Felizmente opresidente Lula o desmentiu, embora, logo depois, dissesse que ogoverno precisa buscar recursos".Álvaro Diasdisse que é absolutamente contraditório o governo falarem aumentar impostos quando dispõe de um excesso dearrecadação. “O que o país precisa é deuma ampla reforma tributária, que venha trazer Justiçanum sistema onde os mais pobres pagam mais impostos do que os maisricos, e alguns, que deveriam pagar, não pagam nada".