Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O relatório da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) sobre a prorrogação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) deve ser votado hoje (13) à tarde, após o término do prazo de 24 horas para análise do parecer. Os senadores tiveram mais um dia para examinar o relatório por causa de um pedido coletivo de vista apresentado ontem (12) por parlamentares da base governista. O parecer de Kátia Abreu é contrário à prorrogação da CPMF até 2011. Caso seja rejeitado, o voto em separado do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), será discutido. O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), disse hoje que, ao contrário de alguns senadores que apresentaram "um otimismo irreal" quanto à certeza da aprovação da matéria, ele aguarda o resultado da votação com um "realismo ponderado".Tião Viana ainda afirmou que não é possível garantir que o governo terá 52 votos favoráveis à aprovação da CPMF na votação no plenário. "Não adianta dizer que a base do governo tem aqui 52 votos, porque isso não é o real. São 52 parlamentares filiados a partidos que são da base do governo, mas isso não se reflete em voto quando o assunto é uma emenda constitucional", disse. Para aprovar a prorrogação da CPMF o governo precisa de, pelo menos, 49 votos favoráveis.Independentemente do relatório que será votado hoje na CCJ - o da senadora Kátia Abreu ou o do senador Romero Jucá -, a matéria será encaminhada ao plenário da Casa cinco dias úteis após a publicação do resultado da votação no Diário do Senado.Por ser uma proposta de emenda à Constituição (PEC), deve passar por dois turnos de discussão e votação com aprovação de três quintos dos senadores (49 votos). Já foram apresentadas 15 emendas para a matéria, o que, regimentalmente, fará com que o texto retorne à CCJ para análise dessas propostas.Mesmo prevendo discussões acaloradas sobre o tema, Tião Viana garantiu que há tempo suficiente para cumprir todos os prazos de tramitação antes de 31 de dezembro, quando a CPMF perde a validade. "Regimentalmente há mecanismos que assegurem a aprovação da matéria, o que não quer dizer também que se possa com isso evitar o intenso, necessário, e amplo debate de convicções que um tema dessa natureza deve envolver", afirmou.