BNDES precisa de R$ 25 bilhões para financiar projetos aprovados para 2008

13/11/2007 - 17h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) enfrenta um déficit de cerca de R$ 25 bilhões nas fontes de recursos para os projetos de investimento aprovados para 2008. Segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho, até a primeira semana de dezembro, a instituição financeira precisará definir de onde virão esses recursos, que se somarão aos R$ 50 bilhões já garantidos para o próximo ano.Apesar da necessidade de obter recursos, Coutinho afirmou não ver riscos para a falta de dinheiros para financiar os projetos de investimentos em 2008. “Embora o hiato de recursos seja grande, temos absoluta confiança de que ele será coberto”, ressaltou. Ele não deu detalhes sobre as ações para ampliar os recursos do BNDES, mas afirmou que as reuniões com o Ministério da Fazenda estão progredindo e existem uma série de opções para ampliar o orçamento do banco.Uma das possibilidades citadas por ele é a venda de parte da carteira de ações da subsidiária BNDES Participações (Bndespar). Coutinho explicou porém que o banco não pode se desfazer das ações consideradas estratégicas. Ele não descarta o lançamento de um novo fundo de ações na bolsa de valores para atrair pessoas físicas como investidores.O banco também está tentando tomar recursos do governo denominados “esterilizados”, que não comprometem o superávit primário – economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. Coutinho não quis revelar a origem do dinheiro, mas explicou que não se trata de recursos contingenciados pela equipe econômica. “São recursos que ainda não figuram como parte do superávit primário e podem ser remanejados para o banco”, explicou.De acordo com Coutinho, o BNDES tem uma característica especial que pode ajudar a conseguir a verba extra. “É a única das instituições federais para a qual repasse de recursos não configura despesa”, ressaltou. Segundo ele, isso ocorre porque a transferência de verbas para o banco equivale a aplicação de capital com remuneração segura: “Essas transações entram no ativo e não no passivo e portanto ajuda as contas públicas”.O diretor financeiro, de Administração e de Operações Indiretas do BNDES, Maurício Borges Lemos, revelou que o banco pretende captar R$ 2 bilhões em debêntures (títulos) no mercado interno. Outros US$ 2 bilhões deverão vir de organismos financeiros internacionais. “Vamos pegar recursos com organismos multilaterais, como o Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Japan Bank for International Cooperation”, afirmou.Outra opção é o aumento da dotação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Atualmente, os recursos do FAT Constitucional transferidos ao BNDES somam R$ 80 milhões, além de R$ 25 milhões do FAT Especial.