Sindicalista diz que faltaram funcionários nos aeroportos durante o feriado prolongado

05/11/2007 - 21h37

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, negou que os servidores da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) tenham promovido operação-padrão durante o feriado prolongado até ontem (4). Segundo Lemos, a categoria apenas se recusou a fazer horas-extras, a fim de demonstrar que a estatal precisa contratar mais funcionários. 

“Ninguém pode obrigar o trabalhador a fazer hora-extra. E, hoje, para operacionalizar grandes aeroportos, com os quadros da empresa, o servidor está trabalhando quase 16 horas por dia, principalmente nas áreas de segurança e operações”, afirmou, após reunião hoje (5) com representantes da estatal. Lemos estimou em 1.800 o número de trabalhadores necessários.

Segundo o sindicalista, inicialmente apenas os servidores dos aeroportos Tom Jobim (RJ), Guarulhos (região metropolitana de São Paulo), Congonhas (zona Sul da capital paulista) e Viracopos, em Campinas (SP), recusaram-se a trabalhar além do horário. “Mas a tendência era o movimento se expandir para o Brasil inteiro”, informou.

No dia 31, o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, garantira que seria cumprido integralmente o acordo coletivo da categoria, o que poderia evitar a recusa em trabalhar além do horário. Os funcionários de Guarulhos e de Viracopos, no entanto, mantiveram a decisão já tomada em assembléias e não aceitaram fazer hora-extra no dia 1º.

Ao deixar a reunião de hoje, Lemos informou que a estatal reconheceu a necessidade de contratar novos servidores e também o direito dos trabalhadores ao bônus natalino, cuja concessão não está formalizada no acordo negociado pelo sindicato. “Tivemos um avanço. Até a quarta-feira [31], a Infraero tinha posição fechada [sobre as reivindicações]. Hoje, a empresa disse que a questão [concessão do bônus] é meramente burocrática, já que não poderá pagá-lo na forma de tíquetes”, disse.

A diretoria da empresa, acrescentou, comprometeu-se a agendar uma nova reunião ainda nesta semana para discutir uma forma de viabilizar o pagamento do bônus, como todos os anos – no ano passado, foram pagos R$ 440,00. O sindicato, disse, também aguarda uma resposta sobre a contratação de mais servidores e enquanto isso os trabalhadores voltarão a “aceitar o convite para fazer hora-extra, mas isso não é uma solução definitiva".

Em nota divulgada há pouco, a Infraero informou que as reivindicações dos trabalhadores serão analisadas pela Diretoria Executiva. E que responderá ao sindicato“oportunamente”, depois de realizar estudos sobre as necessidades de novas contratações. A decisão, diz ainda a nota, levará em conta a capacidade de absorção dos gastos decorrentes da medida.O diretor do sindicato explicou que não foi fixada data para a estatal apresentar uma proposta: “Se essa negociação demorar demais, o sindicato voltará a convocar assembléias e os trabalhadores saberão escolher o caminho para convencer a empresa de que ela está errada em seu ponto-de-vista”.