Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo federal pretende ampliar a padronização dedados sobre as atividades econômicas no país. Para tanto, o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) lançou hoje (5) a nova versão da ClassificaçãoNacional de Atividades Econômicas (Cnae). Segundo a consultora do IBGE emassuntos de classificação, Madalena Góes, a nova versão, que substituiu a publicada1994, foi elaborada para acompanhar as mudanças no cenário produtivo no país,como a expansão das atividades ligadas à tecnologia da informação e comunicação."Mudou muito a abordagem do setor de informação ecomunicação, pois são áreas que mudaram completamente, não só no níveltecnológico como na forma de organização. Nesse segmento estão todas asatividades em que o conteúdo da informação é gerado e transmitido: ediçãoda informação, telecomunicações, informática, televisão e rádio. Em 2006,elas se davam separadamente, hoje são atividades que estão absolutamenterelacionadas”.
Segundo ela, houve mudanças também nos setoresde meio ambiente e serviços. “Uma grande categoria agregou atividadesao meio ambiente, ao ciclo da água e do tratamento de resíduos, atividades que hoje também ganharam um peso muito grande".
Outra diferença, acrescentou Góes, é queas atividades de serviços estão mais detalhadas. "Foi justamente nessecampo que a organização econômica evoluiu muito. Hoje a diversidade de serviçosé muito grande, e isso precisa ser especificado para que as estatísticas dêemvisibilidade a essas atividades”.
A nova classificação está disponível desde janeiro e vem sendo implementada gradativamente.
A Cnae foi criada para uniformizar códigos deidentificação das unidades produtivas (empresas e autônomos) nos cadastros eos registros da administração pública nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), em especial naárea tributária.
O instrumento de apoio à gestão deinformações, que segue padrões de classificação definidos pelaOrganização das Nações Unidas (ONU), por meio da Classificación Industrial Internacional Uniforme, éresultado de mais de 13 anos de trabalho, envolvendo 15 ministérios e váriasentidades nas três esferas de governo.
Segundo dados da Comissão Nacional deClassificação (Concla), vinculada à Receita Federal, todos os estados brasileiros adotaram aCnae em seus cadastros tributários, mas entre os municípios,somente 30 em todo o país utilizam a classificação.
“A idéia é que os municípios migrem progressivamente. Esse movimento de adoção da Cnae deve ser ampliado”, disse Góes, aodestacar a importância da padronização dos dados e cadastros para a estabeleceruma linguagem unificada na administração pública.
Segundo ela, ao nível municipal, vários órgãosreguladores de atividades econômicas, como os ligados ao uso do solo e àvigilância sanitária, podem usar a classificação para melhorara atuação global da gestão pública.O lançamento ocorreu no 2ºSeminário Cnae, aberto nesta segunda-feira em Curitiba (PR). O encontro termina quarta-feira (7) e reúnerepresentantes das três esferas de governo, além departicipantes de outros países e da ONU.