Infra-estrutura do aeroporto Campo de Marte é inadequada, diz associação de Direito Aeronáutico

05/11/2007 - 16h34

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O aeroporto Campo de Marte, localizado na zona norte de São Paulo, é inadequado e não deveria operar com o número de vôos atual. A opinião é do presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Adyr da Silva. Parte dos vôos executivos do aeroporto de Congonhas, também na capital paulista, foi transferida para o Campo de Marte após o acidente com o Airbus da TAM que fez quase 200 vítimas em julho deste ano. “A infra-estrutura que as empresas de aviação criaram em Congonhas não pode ser transferida. Os problemas do Campo de Marte são iguais ou piores que os de lá. Entre eles, a proximidade do tráfego aéreo de Guarulhos”, alerta Silva, que também é professor universitário e brigadeiro reformado da Aeronáutica. Inaugurado em 1920, o aeroporto Campo de Marte fica a oito quilômetros do centro de São Paulo e recebe grande demanda de vôos executivos. Entre junho e setembro deste ano, o número de passageiros transportados no aeroporto subiu de 89.774 para 157.601, um aumento de mais de 75%. Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Alberto Febeliano, o Campo de Marte tornou-se a única alternativa viável para os táxis aéreos e aviões de pequeno porte em São Paulo.“Em Guarulhos, os aviões pequenos só podem ficar por duas horas. Em Congonhas, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) restringiu para 17 o número de vôos. A opção que nós temos é o Campo de Marte”, explica.Febeliano também considera a estrutura do aeroporto inadequada. “Alguns hangares do Campo de Marte são tão antigos e pequenos que não permitem a entrada de aviões mais novos”, concluiu.Ontem (4), um avião Learjet, modelo A35, caiu em uma área residencial do bairro Casa Verde, na zona norte de São Paulo, logo após decolar do Campo de Marte. O acidente causou a morte de oito pessoas. O jatinho pertencia à empresa Reali Taxi Aéreo.