Especialista reivindica investimentos públicos para reduzir riscos de novos acidentes aéreos

05/11/2007 - 16h40

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Adyr da Silva, considera insuficientes as medidas do governo para pôr fim à crise aérea. Ele reivindica investimentos de R$ 10 bilhões e a elaboração de uma política nacional para a aviação civil para evitar novos desastres como a queda do jato Learjet que deixou oito mortos ontem (4) em São Paulo.Para o especialista, se investimentos não forem realizados, o risco de acidentes permanecerá. “Se não agirmos com cuidado e não levarmos a sério a aviação brasileira, a crise vai continuar e ainda vamos ter muitos dissabores pela frente”, alertou. Ele, no entanto, não citou os aeroportos mais perigosos nem relacionou diretamente o acidente de ontem (4) à crise aérea.Segundo Adyr, as medidas tomadas para pôr fim à crise têm sido periféricas e superficiais. “O combate leva em consideração apenas os efeitos e não as causas. A crise é estrutural e institucional. Precisamos do estabelecimento de uma política de aviação civil com objetivos claros”, afirmou.Alegando defasagem tecnológica “de quase duas décadas” na aviação brasileira, o presidente da SBDA recomendou mais investimentos em equipamentos de segurança. “Ninguém resolve uma deficiência dessas apenas com medidas pontuais. Nós temos carência de pelo menos R$ 10 bilhões para sanear a aviação civil brasileira. Precisamos reformular todo o programa aeroportuário nacional”, destacou.O presidente da SBDA não acredita na estimativa do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que prevê o fim da crise para março do ano que vem. “A crise não vai acabar em um ou dois anos. A solução não é para médio prazo”, disse. Para ele, a “defasagem tecnológica e os desentendimentos políticos” são as principais causas da crise.