Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de 80 integrantes de movimentos por moradia da capital paulista invadiram e ocuparam hoje (22) um prédio público interditado da região central da cidade. A ocupação foi pacífica e realizada com o objetivo de chamar a atenção do poder público estadual para a questão do déficit habitacional do estado. Os manifestantes permaneceram no imóvel por cerca de uma hora e saíram voluntariamente, depois de negociar com a Polícia Militar. Os manifestantes reuniram-se no Largo de São Francisco, no centro, onde realizaram um ato, seguido de passeata até a Rua do Ouvidor, onde está localizado o prédio que foi ocupado. Segundo um dos coordenadores do Movimento de Moradia do Centro (MMC), Luiz Gonzaga da Silva, conhecido como Gegê, os manifestantes querem ser recebidos pelogoverno estadual para tratar de políticas públicas para a questão habitacional. "Queremos ver se, a partir dessa reunião com o governo do estado, os movimentos por moradia da região central passam a ter ação direta à terra aqui na região central". Gegê afirmou que os movimentos por moradia reivindicam que parte do dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) seja aplicado diretamente pelos movimentos a partir de suas associações e cooperativas. "Assim nós mesmos poderemos fazer nossas reformas ou as habitações". A assessoria de imprensa da Secretaria de Habitação do estado informou que o órgão não foi procurado pelos movimentos participantes da manifestação de hoje. De acordo com a assessoria, representantes da secretaria vêm se reunindo com líderes dos movimentos. Nos últimos três meses, ocorreram pelo menos cinco reuniões, informou assessoria, acrescentando que a secretaria tem negociado com os movimentos por moradia e está criando e estruturando novos programas habitacionais para tentar diminuir o déficit de moradias no estado.