Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um encontro de 18representantes de confederações, centrais e fórunssindicais com o senador Paulo Paim (PT-RS) hoje (22), na ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), em Brasília,debateu a emenda que torna facultativo o desconto de um dia desalário como contribuição sindical. A emenda, dodeputado Augusto Carvalho (PPS-DF), foi acatada pela Câmara navotação do projeto de lei que regulamentou as centraissindicais. O projeto está em análise no Senado.Os sindicalistas sãocontrários à proposta e pediram a Paim que articule suarejeição no Senado. Eles defendem que a contribuiçãoé o principal mecanismo de sobrevivência aos sindicatose entidades representativas dos trabalhadores. Os líderes dostrabalhadores criticaram a forma como o projeto de lei tramitou naCâmara dos Deputados, segundo eles, “rápido demais”.O projeto foi paraCâmara no último dia 11 de setembro e já estáno Senado desde o dia 17 deste mês. A emenda foi aprovada por215 votos a 161, com sete abstenções, totalizando 383votos.“Se os própriostrabalhadores estão reconhecendo as centrais sindicais edestinando parte do imposto sindical também para as centrais,não vejo motivo algum para o Parlamento interferir em algo queé do entendimento dos trabalhadores”, afirmou o senadorPaulo Paim. Mais tarde, o deputadoAugusto de Carvalho (PPS-DF) foi ao encontro de Paim, que, segundoele, pode relatar o projeto na Comissão de Assuntos Sociais doSenado.“Já queremovemos todo o entulho autoritário da legislaçãobrasileira, também queremos que este entulho que remanesceseja removido definitivamente”, afirmou o deputado, ao citar que acontribuição existe há 60 anos, tendo iníciona ditadura de Getúlio Vargas, e que nos demais paísesos sindicatos se organizam de maneira democrática e porvontade dos trabalhadores, sem que o governo “meta a mão nobolso” do trabalhador, de forma obrigatória.“Em 1997, eu e oentão deputado Paulo Paim aprovamos, na Câmara, aextinção gradativa da contribuiçãosindical”, lembrou Augusto de Carvalho, para justificar que nãohá novidade na questão. Paim disse, apóso encontro com o deputado, que teme que o fim da contribuiçãocompulsória resulte numa pressão por parte dosempresários para que os empregados não paguem oimposto. Ele marcou para o dia1º de novembro uma audiência pública com ascentrais sindicais para continuar a discutir o assunto.