Parte do eleitorado será identificada por impressão digital em 2008

20/10/2007 - 9h33

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai promover o cadastramento digital de parte do eleitoradobrasileiro para as próximas eleições municipais,em 2008. A iniciativa é da Secretaria de Tecnologia daInformação do TSE, que planeja implantar o novo sistema em algumas cidades dosestados de Mato Grosso do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

De acordo com o diretor-geral doTSE, Athayde Fontoura, um leitor biométrico, jádisponível nas urnas, será capaz de identificar oeleitor por meio das digitais dos dedos polegar eindicador. “Nós não iremos mais trocar otítulo de eleitor. Quem vai identificar o eleitor agora seráa própria urna”, disse Fontoura.

Segundo ele, o principal problema defraudes em eleições é um eleitor votar no lugarde outro. “Recentemente, tivemos em Brasília o caso de umjuiz que mandou prender um indivíduo que tinha, aparentemente,20 anos e estava com o título de eleitor de uma pessoa de 50”.A partir da implantação desse sistema, os problemaspraticamente acabam, acredita o diretor-geral.

“Outro fator muito importante paraque não haja fraude é que os partidos políticosfaçam investimento nos seus fiscais. Porque os fiscaisacompanhando desde a abertura, durante a votação e notérmino da votação, em cada sessãoeleitoral, obviamente, que a fraude é reduzida a zero”,avaliou.

A expectativa do TSE é, noprazo de dez anos, implantar urnas com leitores biométricos emtodos os estados do Brasil. O diretor-geral explica que o prazo énecessário porque, em anos eleitorais – caso de 2008 –, ocadastramento só pode ser feito até o mês demarço, o que não otimiza o tempo.

O modelo de tecnologia utilizada naseleições no Brasil já chama a atençãode outros países. “O México é um grandeinteressado em dar continuidade a um trabalho que eles começaramlá em 2003, que é exatamente o modelo brasileiro. Mas oMéxico não quero o nosso equipamento. O Méxicoquer a transferência da nossa tecnologia", afirmou.

"Outro país queestá muito interessado no empréstimo e na doaçãode algumas urnas é o governo do Paraguai”, explicou odiretor-geral.

Quanto às apuraçõesdos votos, Fontoura afirma que o sistema biométrico nãovai acelerar nem atrasar o processo. “Com a leitura biométricao trabalho é o mesmo. O que melhora é a identificaçãodo eleitor. No máximo em cinco horas sabemos quem sãoos eleitos no Brasil como um todo”.

A previsão é de quesejam utilizadas, para as eleições municipais de 2008,25.538 urnas eletrônicas adaptadas com a leitura biométricade digital, distribuídas nos municípios de Fátimado Sul, no Mato Grosso do Sul; Colorado do Oeste, em Rondônia;e São João Batista, em Santa Catarina.