Identificação de eleitores por impressão digital traz mais segurança, diz especialista

20/10/2007 - 10h16

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE)pretende implantar um sistema de cadastramento digital que iráidentificar parte do eleitorado brasileiro por meio das impressõesdigitais. A previsão é de que sejam utilizadas, para aseleições municipais de 2008, 25.538 urnas eletrônicasadaptadas com a leitura biométrica de digital, distribuídasnos municípios de Fátima do Sul, no Mato Grosso do Sul;Colorado do Oeste, em Rondônia; e São JoãoBatista, em Santa Catarina.

O supervisor de Tecnologia daInformação do Instituto Superior de Brasília(Iesb), Carlos Araújo Júnior, acredita que o sistema decadastramento digital dará mais segurança a todo oprocesso.

A instituição deensino superior, na qual ele trabalha, utiliza a leitura biométricapor digital há três anos nas catracas de entrada e desaída, nas duas unidades que mantêm em Brasília.Carlos avalia que a tranquilidade e a redução nasfraudes representam pontos positivos para o sistema.

“Com o modelo antigo, acarteirinha, eu não tinha certeza de que a pessoa que tinhaentrado na instituição era realmente o dono dodocumento. Com a digital, há tranquilidade. A segurançaé muito maior”, disse.

“Fazendo uma analogia com a urna,que você tem que levar o seu título de eleitor, atémesmo a segurança de que realmente o dono do título deeleitor é aquele, eu acredito que é melhor. Vocêtem a segurança de que quem está indo lá érealmente quem vai votar” afirma Carlos.

Segundo Araujo Junior, uma possíveldemora na implantação da leitura biométrica nasurnas eletrônicas de todo o país não representaproblema. “O processo em si é rápido. O que émais demorado é você adequar essa estrutura àspessoas. E criar políticas, criar cultura. Tudo que émudança gera um certo desconforto.”

Ao fazer uma análise dautilização de urnas com leitura biométrica naseleições municipais de 2008 e, possivelmente, nas eleiçõesde 2010, Araujo Junior acredita que o impacto inicial deva ser grande.

“Provavelmente, em uma primeira eleição, nóstenhamos dificuldade. Justamente porque algumas pessoas têmmedo de tecnologia. Isso pode ser o impacto. Agora, eu acredito que,da mesma forma que nós passamos do voto manual para oeletrônico haverá, sim, outro impacto, mas ele éperfeitamente sanável”, concluiu.

A expectativa do TSE é, noprazo de dez anos, implantar urnas com leitores biométricos emtodos os estados do Brasil.