Carteira do idoso só chega a 0,19% do público-alvo no primeiro mês

20/10/2007 - 12h20

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - Dos quatro milhões de idosos que têm direito à carteira do idoso, lançada há pouco mais de um mês pelo Ministério doDesenvolvimento Social e Combate à Fome, apenas 7.753(0,19%) conseguiram o documento até agora. A informação é da coordenadora de Política Nacional doIdoso do MDS, Patrícia De Marco.O documento permite a pessoas de60 anos ou mais, que ganham até dois salários-mínimos ounão podem comprovar renda, fazer viagensinterestaduais de forma gratuita ou com 50% de desconto.A coordenadora chama atençãopara a necessidade de divulgar o benefício no âmbito do município. “Nessafase, a divulgação é o mais importante, porque oidoso só pode demandar se ele tiver a informaçãode que [a carteira] está disponível”, afirmou a coordenadora. Para obter a carteira, o idoso deve se dirigirà Secretaria de Assistência Social do municípioem que mora e fazer a inscrição no cadastro únicode programas sociais do governo. Por esse motivo, a coordenadoraalega que a divulgação é responsabilidademunicipal.“O idoso é cadastrado nos órgãosmunicipais. Então é a secretaria que também temque divulgar onde é feito o cadastramento e onde o idoso vaireceber a carteira”, disse a coordenadora do MDS, em entrevista à AgênciaBrasil.Um dos municípios campeões deemissão do documento é Inhumas (GO). A gestora doprograma Bolsa-Família da Secretaria de PromoçãoSocial da cidade, Paula de Araújo Oliveira, disse que jáforam emitidas 155 carteiras e 600 pessoas fizeram o cadastro paraobter o direito. Segundo ela, a grande procura aconteceu por causada atualização do cadastro único e da divulgaçãodo benefício no centro de convivência de idosos dacidade.“Para fazer a carteirinha é precisoinserir o idoso no cadastro único que é o mesmocadastro do Bolsa Família, um programa que nós temos nomunicípio”, afirmou. “Outra coisa que contribuiu bastante éque ao lado da Secretaria de Promoção Social, onde agente trabalha com esses programas, tem um centro de convivênciade idosos. Nós começamos com eles, que foram osprimeiros a fazerem essas carteirinhas. Depois, esses idosos tambémajudaram da divulgação dessa carteirinha”, disse agestora. A divulgação no centro deconvivência de idosos também contribuiu para a procurada carteira no município de Várzea Grande (MT),outro campeão de emissões. De acordo com o coordenadordo Bolsa-Família e do cadastro único da cidade, Elviudos Anjos, a prefeitura procurou mobilizar a população.“Através do centro de convivêncianós conseguimos mobilizar a grande maioria de idosos econseguimos fazer as inscrições. Serão emitidas475 carteirinhas.”A coordenadora do MDS disse que os centros deconvivência têm grande importância na divulgação do documento. “Com certeza os lugares onde os idosos estãonucleados e têm a prática de se reunir, discutir temasdos seus interesses, seus direitos e tudo mais. Lá eles têmmais acesso a informações. Por isso, a carteira doidoso acaba sendo melhor divulgada”, defendeu Patrícia.