Paula Groba
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - O sistema prisional do Distrito Federal (DF) não tem capacidade para abrigar o número de presos da cidade. Atualmente, além dos 7.680 que já ultrapassam o limite, outras 7 mil pessoas têm mandados de prisão a serem cumpridos pela polícia. As informações são do subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, Anderson Espíndola, que participou hoje (16) de audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário da Câmara dos Deputados.Em três presídios do DF, segundo Espíndola, há superlotação, com excedente de 2 mil pessoas, e as celas coletivas abrigam oito presos. O subsecretário reconheceu, no entanto, que o problema maior do sistema é a falta de agentes penitenciários, o que impede a realização de atividades de ressocialização com os presos. O resultado, disse, é que quase 80% dos presos não trabalham e pelo menos metade deles não estuda. Para o relator da CPI, deputado Domingos Dutra (PT-MA), "os presos ociosos não voltam ressocializados para a sociedade e isso traz um grande prejuízo, porque a sociedade paga impostos para mantê-los". Outro problema apontado pelo subsecretário Espíndola é a falta de assistência jurídica aos presos. Ele informou que até a semana passada havia apenas quatro defensores públicos e que após a visita dos parlamentares aos presídios do DF, no último dia 9, o governo distrital cedeu mais dois defensores.Apesar das falhas apontadas, o relator disse que o sistema prisional do DF é considerado bom. E citou a qualificação dos agentes, que têm nível superior, e a valorização da categoria como exemplos para outros estados.