Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Pela primeira vez, os investimentos realizados pelo Brasil no exterior foram superiores aos investimentos recebidos. Com investimentos externos somando cerca de US$ 28 bilhões em 2006, o país foi o 12º maior investidor do mundo no ano passado e o mais bem classificado da América Latina. Com relação aos investimentos estrangeiros recebidos, o Brasil classifica-se na 19ª posição, com cerca de US$ 18,8 bilhões investidos, logo atrás do México, com US$ 20 bilhões.O dado consta do relatório World Investment Report 2007 (WIR), elaborado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O documento foi divulgado hoje (16) na sede da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), em São Paulo.Segundo o relatório, a posição do Brasil no ranking deve-se, principalmente, à compra da companhia canadense Inco pela Companhia Vale do Rio Doce por US$ 17 bilhões, a maior transação entre os 172 negócios acima de US$ 1 bilhão realizados em 2006. Os Estados Unidos são o país que mais investiu em todo o mundo – cerca de US$ 217 bilhões – e também o que mais recebeu investimentos – US$ 175 bilhões. No relatório, o Brasil ainda se destaca no ranking das 25 maiores empresas transnacionais não-financeiras dos países em desenvolvimento, com duas empresas: a Petrobras, em 13ª lugar, e a Companhia Vale do Rio Doce, em 18º.O relatório da Unctad revelou ainda crescimento do estoque mundial de investimentos estrangeiros diretos (que geram empregos) pelo terceiro ano consecutivo. Segundo o levantamento, as atividades de cerca de 78 mil empresas transnacionais que operam em todo o mundo somaram US$ 12 trilhões em 2006.Na América Latina, os investimentos estrangeiros diretos totalizaram cerca de US$ 43 bilhões no ano passado, crescendo cerca de 125% em relação ao relatório anterior. Com relação à entrada de investimentos, os países latino-americanos receberam cerca de US$ 84 bilhões – aumento de 11%.A perspectiva da Unctad para 2007 é de continuidade do crescimento dos investimentos estrangeiros diretos, mas num ritmo menos intenso, acompanhando as tendências da economia mundial, que se recupera da crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Na América Latina, as previsões apontam que os fluxos devem crescer mais moderamente.