Confederação pede mais rapidez na aprovação do piso salarial dos professores

16/10/2007 - 16h34

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) quer que a tramitação dos projetos de lei referentes ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) seja acelerada.  Entre as medidas do PDE, lançadopelo Ministério da Educação em abril, estáa criação de um piso salarial nacional para osprofessores de ensino fundamental e médio. “A esperançaé de que o projeto seja mais rápido daqui para frente”,comentou a presidente da CNTE, Juçara Dutra. Em outubro, a Comissão de Educaçãoe Cultura da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei queestabelece um piso preliminar de R$ 950, para professores que temformação em nível médio. A CNTE aponta umvalor maior (R$1.050), mas considera a aprovação umavanço. “Pode parecer paradoxal que a CNTE estejafestejando um piso salarial tão modesto. Acontece que ao longode nossa história nós temos reivindicado essavalorização profissional. A intenção éconseguir elevar o piso para R$ 1.050”, avaliou a presidente daconfederação.De acordo com o Ministério da Educação,mais de 50% dos professores da educação básicaganham menos de R$ 800 por mês para uma jornada semanal de 40horas de trabalho.Além de avaliar o PDE como “poucoousado”, a presidente da CNTE não considera palpáveisos resultados do plano. “Falta um eixo articulador. Medidas comoiluminação e informatização das escolasindependem do plano.” Juçara acredita que o projeto deve seraprimorado para atender melhor os professores. Ela tambémlamenta a ausência da sociedade no processo de criação.“O PDE apresenta alguns projetos positivos, mas não chega aser um grande plano de educação para o Brasil. Nãoresulta de um grande debate da sociedade brasileira desde a sua base.Há uma grande necessidade de um planejamento de longo prazopara a educação no país”, finalizou.O Sindicato dos Professores do Distrito Federal(Sinpro-DF) também questiona as diretrizes e aponta falhas naconcepção do PDE. Para Berenice D'arc, representante doSinpro-DF, as propostas para melhorar a formação dosprofessores não são suficientes “Educaçãoà distância é muito pouco para formar eaperfeiçoar educadores”, analisou. A sindicalista tambémreclama da falta de discussão com os principais interessadosno plano: os docentes. “O Ministério ouviu váriasentidades, mas não debateu com os professores.”, afirmou. O ministro da Educação, FernandoHaddad, afirmou ontem (15), após participar de um seminárioem São Paulo, que a expectativa do governo é aprovar,até o fim do ano, todos os projetos de lei relacionados ao PDEe encaminhados ao Congresso Nacional.