Aumento do desmatamento na Amazônia exige ações imediatas, diz secretário

16/10/2007 - 19h42

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O sistema demonitoramento do governo federal registrou aumento de 107% dosíndices de desmatamento na região amazônica, noestado do Mato Grosso, entre junho e setembro, em comparaçãocom o mesmo período do ano passado. Apesar de dizer que oacréscimo não é muito significativo em númerode hectares, o secretário executivo do Ministério doMeio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, reconheceu anecessidade de providências imediatas para conter o avançoda prática ilegal.Segundo ele, o governofederal já iniciou ação emergencial, cominspeções realizadas por equipes técnicas nosestados onde foi constatado aumento – Rondônia e Acre, alémde Mato Grosso. O sistema Detecçãode Desmatamento em Tempo Real (Deter) utiliza sensores com altafreqüência para informar periodicamente o governo sobreáreas desmatadas e orientar a adoção de medidasde contenção.“Essa ligeiraalteração na curva, que eleva o desmatamento em algunspontos, tem que ser vista como um sinal de que é precisoverificar onde está ocorrendo e quais são os agentesmotivadores. Assim será possível corrigir osinstrumentos de fiscalização e controle, evitando oaumento efetivo da taxa anual de desmatamento”, disse Capobianco,em entrevista coletiva.O relatórioanual de desmatamento divulgado pelo MMA começa sempre em 1ºde agosto de um ano e termina em 31 de julho do seguinte. O último,de 2007, traza estimativa de 9,6 mil quilômetros quadrados de áreasdesmatadas, o que representaria a menor taxa desde 1988. Essenúmero ainda será consolidado.Segundo Capobianco,três fatores contribuíram para elevar o corte devegetação no segundo semestre deste ano: a secaprolongada, o aumento do preço internacional da soja e o dacarne bovina. Ele comentou que o cenário estimula produtores atentarem ganhar novos espaços, e a proximidade das eleiçõesmunicipais (que serão realizadas no ano que vem) torna afiscalização mais frágil.“Ao se analisar ohistórico do desmatamento desde 1988, sempre em ano de eleiçãoa prática aumentou, com exceção de 2006. Naeleição municipal observamos que há muitapressão e interesse em atender vontades de certas atividadeseconômicas”, disse Capobianco. Paralelamente ao planoemergencial, o MMA pretende concluir em fevereiro de 2008 um plano decontrole do desmatamento para os próximos quatro anos. Oobjetivo é investir em alternativas econômicas paragerar emprego e renda na região, mantendo a floresta em pé.