Faculdade não concorda com sua inclusão na lista de cursos de direito com baixo desempenho

27/09/2007 - 19h30

Grazielle Machado
Da Agência Brasil
Brasília - Odiretor da Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas(FBCJ), Ayrton da Costa Paiva, afirmou hoje (27), em entrevista àAgência Brasil, que não concorda com a inclusãoda instituição na lista dos 89 cursos de direito combaixo desempenho. “Euestudei aqui, me formei aqui há quase cinquenta anos. Nósjá formamos vários bons profissionais nessainstituição. Daqui já saíram juízes,desembargadores, ministros e advogados”, disse Paiva.Ontem(26), durante coletiva à imprensa para divulgar a lista dasfaculdades que não apresentaram resultados satisfatóriosnas provas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e noExame Nacional da Ordem (OAB) o ministro da educação,Fernando Haddad, se referiu, sem citar nomes, à FBCJ. Haddadexemplificou os problemas dos cursos com o fato de a FBCJ teraprovado apenas um dos cem alunos escritos no último Exame daOrdem.Deacordo com o diretor da instituição a afirmaçãodo Ministro também é descabida, segundo ele a faculdadeestá perfeitamente adequada às exigências do MEC.“Eu não vejo porque dessas críticas tãoprofundas, principalmente por parte do senhor Ministro que nunca noshonrou com uma visita”, lamentou. Aoexplicar o baixo desempenho dos alunos, no Enad e no Exame da Ordem,Paiva afirma que todos os estudantes que prestaram as provas sãoanteriores à sua gestão.“Afaculdade passou por um momento difícil, mas quando assumi eumudei muitas coisas. Há três anos nós estamosimplementando mudanças, tivemos as disciplinas atualizadas eremodeladas, nosso curso deixou de ser anual para ser semestral”,explicou. Odiretor também lembrou que a instituição tem umaboa biblioteca e um excelente quadro de docentes. Paiva nãosoube dizer ao certo a quantidade de mestres de doutores no curso dedireito.AFBCJ teve média 2, num conceito de 1 à 5, no últimoEnade. A nota foi considerada muito baixa pelo MEC, porém deacordo com Paiva “a nota não é tão baixaassim”. Paivatambém afirmou que o Exame da Ordem não avalia osconhecimentos do advogado, para ele a prova precisa ser remodelada.“OExame precisa ter uma revisão urgente, porque ele nãoquer avaliar mais o que o advogado sabe, mas sim o que ele nãosabe. Isso realmente não é uma boa política. AOAB precisa revisar o que ela faz, é por isso que háuma cascata imensa de mandatos de segurança contra o Exame deOrdem”.AAgência Brasil tentou falar com a AssociaçãoNacional das Universidades Particulares (Anup) e com aAssociaçãoBrasileira de Mantenedores de Ensino Superior (ABMES) para saber aposição de outras instituições citadas nodocumento, mas até o fechamento da matéria nãohouve resposta.