Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 18 mil pessoas participaram hoje (16) de caminhadas em 14 bairros da cidade contra o uso de drogas e em defesa da preservação da saúde. Com o slogan Rio Caminhando a Favor daVida, a atividade é realizada todos os anos, desde 2001, no terceiro domingo de setembropela Secretaria Especial de Prevenção à Dependência Química, ligada à prefeiturada cidade.Além das caminhadas, em cada bairro, foi realizada uma série de atividades, como atendimentos gratuitos de saúde eapresentações musicais. Participaram da mobilização, que envolveu todas assecretarias do município, estudantes, membros de associações de moradores eorganizações não-governamentais (ONGs).
Para osecretário especial de Prevenção à Dependência Química, Francisco Borges, aprevenção pela educação é a chave para combater o problema das drogas. “O vetor principal do combate às drogas está naprevenção, principalmente por meio da educação", disse Borges. Ele enfatizou, entretanto, que não se pode ficar só na educação: "É necessária a repressão desde o mercado produtor, das rotas,até o mercado consumidor, mas aprevenção é o principal vetor, principalmente por ser mais barato e atingirtodas as camadas da sociedade”.
Segundo o secretário, programas de prevenção ao usode drogas são desenvolvidos nas 1.055 escolas do município, instruindo criançase adolescentes sobre o poder destrutivo das drogas e buscando ocupar a vida destes com ações positivas, na área da música e do esporte.
Cerca de cinco mil moradores de comunidades tambémforam formados pela secretaria como multiplicadores de informações e hoje atuamna chamada “rede preventiva local” articulada nos bairros da cidade.
Para Borges, o consumo de drogas é um dos principaisresponsáveis pela violência, inclusive no Rio de Janeiro. “Na realidade, o que dá escala à violência é a droga.O armamento vem só para sustentar. O Rio de Janeiro, hoje, faz um combate efetivoàs drogas tanto na prevenção como na repressão". Asociedade também precisa se conscientizar, principalmente a juventude, do problema das drogas, acrescentou Borges."Se não tiver comprador, não terá vendedor. Essa é atônica da prevenção: reduzircada vez mais a demanda às drogas. Se reduzo a procura, acaba também opoder de quem vende”.
Borges lembrou que, além de combater o consumo de drogasilegais, como maconha, crack e cocaína, o trabalho da secretaria visa reduzir o consumo de drogas legais, como o álcool e o cigarro. De acordo com o secretário, o álcool é responsável por75% dos acidentes de trânsito ocorridos com pessoas na faixa de 18 a 24 anos, enquanto o tabaco é causador de 55 mil mortes anuais por problemas cardíacos epulmonares nas metrópoles brasileiras.